A China continental não reportou nenhum novo caso doméstico de coronavírus nesta quinta-feira (19), a primeira vez que isso acontece desde que a epidemia começou no país. Porém, os dados mostram um aumento considerável de casos importados da Covid-19: nesta quinta foram 34, na segunda foram 12. Por lá, atualmente, há cerca de 10 mil pessoas infectadas.
Hong Kong também está vendo mais pacientes chegarem doentes de outros países. Na quarta-feira foram 25 novos casos, a maioria de pessoas vindas de fora da cidade semi-autônoma.
Com uma possível segunda onda de infecções, Pequim e Hong Kong reforçaram as restrições de isolamento para quem vem de fora. Neste momento em que os casos domésticos estão estabilizados na China, há muitos cidadãos chineses e visitantes voltando para lá.
"Se não impusermos medidas mais duras nesta fase, nossos esforços anteriores para impedir que a doença se espalhasse ao longo desses dois meses poderão ser completamente desperdiçados", disse na terça-feira a presidente-executiva de Hong Kong, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor.
Na China continental, muitas províncias e cidades se fecharam para viajantes de outros lugares. Quem pousa em Pequim terá que ficar em observação por 14 dias em um centro de isolamento - e terá que pagar por isso. Em Hong Kong, os visitantes precisarão ficar em auto-isolamento por 14 dias e usarão uma pulseira de monitoramento para que as autoridades da cidade possam rastrear os movimentos das pessoas durante o período de isolamento.
"É muito claro que as ações adotadas na China quase acabaram com sua primeira onda de infecções", disse ao New York Times Ben Cowling, chefe da divisão de epidemiologia e bioestatística da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong. "A questão é o que acontecerá se houver uma segunda onda, porque o tipo de medidas que a China implementou não é necessariamente sustentável a longo prazo".