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Tensão nuclear

China não será obstáculo se Rússia agir contra Irã, diz Zoellick

A China "não será um obstáculo" às iniciativas contra o programa nuclear iraniano, desde que os Estados Unidos convençam a Rússia a agir com firmeza, disse o subsecretário norte-americano de Estado, Robert Zoellick, na quarta-feira.

Encarregado do novo diálogo estratégico dos EUA com a China, Zoellick disse em uma audiência parlamentar que Pequim, assim como Washington, quer evitar que o Irã se torne uma potência nuclear, mas teme perder acesso ao petróleo iraniano, um setor no qual os chineses investiram pesadamente.

"Eles receberam um pouco de amortecimento por causa da Rússia", disse Zoellick à Comissão de Relações Internacionais da Câmara.

"Se trouxermos a Rússia, minha sensação é de que a China não será um obstáculo no processo", disse ele, referindo-se à tendência da China de evitar o isolamento em questões globais.

Washington e seus aliados europeus tentam aprovar no Conselho de Segurança da ONU uma resolução que proíbe o enriquecimento de urânio no Irã. Mas Rússia e China se opõem à possibilidade, aberta por tal resolução, de sanções ou ações militares.

Numa clara amabilidade aos chineses, o secretário norte-americano do Tesouro, John Snow, disse na quarta-feira que na sua opinião a China não está manipulando sua moeda para mantê-la sobrevalorizada, mas pressionou Pequim a liberalizar o câmbio. Alguns economistas acham que o yuan chinês está sobrevalorizado em até 40 por cento, o que prejudica as exportações dos EUA para a China.

O desafio para os EUA é convencer Pequim de que o Irã não é um fornecedor confiável de combustível para a economia chinesa, que cresce rapidamente. "Os chineses querem passar a impressão de que compartilham interesses estratégicos com os EUA", disse Zoellick. "O que temos de fazer é traduzir isso em interesses comuns com políticas complementares."

Parlamentares usaram a audiência para criticar a amabilidade da política chinesa com o Sudão, também ligada ao petróleo, e a relação de Pequim com os regimes autoritários do Zimbábue, de Myanmar e da Coréia do Norte.

Zoellick disse ter explicado a Pequim que o apoio a esses governos "pode sair pela culatra". "Eles fariam melhor tentando apoiar alguns dos principais objetivos que nós, a União Européia e outros tentam promover", afirmou.

"Seja na Birmânia antigo nome de Myanmar, seja no Sudão, seja em algumas dessas outras questões, no mínimo temos de deixar claro aos chineses: 'Estamos observando, e outros estão observando'."

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