O Ministério do Comércio da China desmentiu hoje reportagem segundo a qual Pequim teria embargado a exportação de terras raras aos Estados Unidos e à Europa. Ao desmentir a alegação, o Ministério assegurou que a China "continuará a fornecer terras raras para o mundo". De acordo com o Ministério, as reportagens veiculadas pela mídia sobre o embargo são "falsas" e "sem fundamento".
A China é responsável por 97% da produção mundial de minerais de terras raras, um conjunto de substâncias de ampla aplicação nas indústrias militar e de alta tecnologia. O uso das terras raras por essas indústrias vai da construção de painéis solares e turbinas eólicas à de mísseis teleguiados.
O jornal norte-americano New York Times noticiou ontem em sua página na internet que, semanas depois de ter embargado a exportação de terras raras ao Japão, a China teria passado a aplicar a suspensão também aos compradores nos EUA e na Europa.
O periódico norte-americano cita fontes anônimas para informar que autoridades alfandegárias chinesas começaram a impor as restrições na manhã da última segunda-feira, depois de semanas de atrasos na entrega de alguns carregamentos de terras raras para o Ocidente. A revelação veio à tona no mesmo dia em que a mídia chinesa noticiou que Pequim planeja reduzir as cotas de exportação de minerais de terras raras em 2011.
De acordo com empresas de carga, empresas de exportação e compradores desses minerais, a alfândega chinesa tem examinado mais detalhadamente os carregamentos destinados a exportação, normalmente alegando como motivo a intenção de reprimir o comércio ilegal de minerais de terras raras.
Mark A. Smith, executivo-chefe da Molycorp, maior produtora de terras raras dos Estados Unidos, não demonstrou preocupação com a aparente suspensão das exportações, mas observou que a estratégia chinesa de limitar as exportações expõe a necessidade de se buscar fornecedores alternativos das matérias-primas.
Em Berlim, o ministro da Economia da Alemanha, Rainer Bruederle, disse hoje que o gabinete de governo do país aprovou uma nova estratégia com o objetivo de desenvolver parcerias com outros países produtores de minerais de terras raras, informa a agência Associated Press.
Ainda segundo o ministro, a Alemanha também colocará o tema em debate nas próximas reuniões do Grupo dos Oito (G-8, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia) e do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo). As informações são da Dow Jones.
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