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Ásia

China nega tentativa de assassinar Dalai Lama

O Dalai Lama atende cerimônia na catedral de São Paulo, em Londres, nesta segunda-feira | AFP PHOTO / LEON NEAL
O Dalai Lama atende cerimônia na catedral de São Paulo, em Londres, nesta segunda-feira (Foto: AFP PHOTO / LEON NEAL)

O ministério do Exterior da China chamou de "informação falsa" a denúncia do líder espiritual Dalai Lama que acusa autoridades de Pequim de tramar uma conspiração para assassiná-lo. De acordo com o porta-voz do órgão, Hong Lei, não vale a pena para governo chinês discutir e argumentar contra afirmações do tibetano. Ele afirmou ainda que Dalai Lama se aproveita da religião para enganar as pessoas.

"O Dalai Lama utiliza a religião para incentivar o separatismo tibetano na comunidade internacional, espalhando informações falsas e enganado o público", disse Lei, em uma coletiva de imprensa.

Já o diário nacionalista chinês Global Times foi mais enfático nas críticas à denúncia do religioso. Em texto publicado em seu site oficial, o veículo brinca e afirma que, se fosse do desejo das autoridades chinesas, Dalai Lama teria sido eliminado mais cedo.

"Vamos simplificar: se o governo central quisesse 'eliminar' Dalai Lama, por que ele esperaria por tanto tempo? Não é insensato realizar uma ação contra Dalai já que ele já tem idade avançada? A conspiração de assassinato divulgada por Dalai mais se parece com algo que você encontraria em um romance de artes marciais", disse a nota.

Neste domingo, o diário britânico Sunday Telegraph publicou em seu site oficial um vídeo com a denúncia de Dalai Lama. Segundo o religioso, autoridades de Pequim teriam treinado agentes femininas para colocar veneno nos cabelos e nas roupas para quando o religioso as tocasse ao dar a benção, tocasse no veneno também.

Dalai Lama, de 76 anos, reforçou que não tinha certeza se a informação era 100% correta, pois não tinha meios para investigá-la. No entanto, ele confirmou que recebera o alerta. Nesta segunda-feira, o religioso visita a catedral de St. Paul, em Londres, e irá receber um prêmio de US$ 1,7 milhões por seu trabalho de disseminação da espiritualidade e paz. Ele vai doar o dinheiro para projetos de caridade com crianças na Índia e com monges tibetanos.

A China controla o Tibete desde 1950, quando tropas de Pequim invadiram a região após a batalha sangrenta de Qamdo, uma das cidades mais populosas da região. Em 1959, Dalai Lama e alguns apoiadores deixaram o país, buscando exílio em Dharamsala, região no Himalaia. Desde então, tibetanos pedem pelo fim da dominação chinesa e a volta do líder espiritual.

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