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China nega ter proibido venda de metal "terras raras" ao Japão

Uma autoridade chinesa desmentiu nesta quinta-feira uma reportagem do jornal The New York Times, segundo a qual a China teria proibido a exportação de minérios conhecidos como "metais de terras raras" para o Japão, depois da prisão de um capitão de navio chinês perto de ilhas disputadas.

A reportagem, que citava fontes não-identificadas, disse que em princípio o embargo comercial iria durar até o final deste mês.

"A China não emitiu quaisquer medidas destinadas a restringir a exportação de terras raras para o Japão. Não há fundamento nisso", afirmou Chen Rongkai, porta-voz do Ministério do Comércio. "Não sei como o New York Times chegou a isso, mas não é verdade. Não existem tais medidas."

Este mês o governo chinês ameaçou iniciar retaliações por causa da prisão do capitão de uma traineira, acusado pelo Japão de abalroar duas embarcações da Guarda Costeira japonesa.

Comerciantes de metais de terras raras na China e no Japão disseram à Reuters que não ouviram falar da proibição. Uma autoridade comercial japonesa afirmou ter ouvido rumores sobre isso, mas que não poderia fazer mais comentários.

Os metais de terras raras são um grupo de 17 elementos metálicos, inclusive itérbio e o lantânio, usados em pequenas quantidades na produção de baterias, computadores e sistemas bélicos, entre outros.

A China respondeu em 2009 por 97 por cento da produção mundial desses metais, mas reduziu as quotas de exportação neste ano para 40 por cento abaixo do nível do ano passado.

"As quotas de exportação dos metais de terras raras foram muito reduzidas e basicamente já foram usadas. Não se pode mais exportar para a Europa nem para os EUA. As pessoas acham que isso tem a ver com o Japão, mas não tem", disse Bruce Zhang, especialista em metais de terras raras na consultoria Asian Metal.

"Isso não tem nada a ver com o incidente do barco pesqueiro. As quotas de exportação foram emitidas bem antes disso."

As quotas de exportação foram adotadas anos atrás pela China para manter os minérios para a própria indústria. Esse esforço tem sido prejudicado pelo contrabando, especialmente via Vietnã.

Analistas dizem que o incidente com o barco pesqueiro tem a ver com o interesse de ambos os países - as maiores economias da Ásia - pelos recursos minerais submarinos.

O governo chinês já interrompeu seus contatos de alto nível com o Japão para tratar do incidente, e adiou negociações sobre a ampliação dos voos comerciais entre os dois países.

Os promotores japoneses têm até 29 de setembro para decidir se o capitão chinês deve ou não ser alvo de um processo judicial.

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