O governo chinês pediu nesta sexta-feira (8) "calma e contenção" para as duas Coreias em um momento "altamente complexo e sensível", poucas horas depois de Pyongyang advertir que anulará os acordos de não agressão com Seul e cortará a única linha de comunicação entre ambos os países.
"A paz e a estabilidade no nordeste da Ásia são o interesse comum da comunidade internacional, por isso a China pede as partes implicadas calma e contenção e que evitem atos que possam representar um aumento" do conflito, disse em entrevista coletiva a porta-voz chinesa das Relações Exteriores Hua Chunying.
"Também pedimos que mantenham o diálogo e as negociações para concordar com uma desnuclearização da península coreana sob o marco das conversas de seis lados", acrescentou Hua em alusão às conversas que Pequim recebeu entre 2003 e 2009, das quais participaram também Estados Unidos, as duas Coreias, Japão e Rússia.
A Coreia do Norte assegurou hoje que "anulará todos os acordos de não agressão feitos entre o Norte e o Sul" após a Guerra da Coreia (1950-1953) na próxima segunda-feira, 11 de março, segundo um comunicado divulgado pela agência oficial norte-coreana "KCNA".
A ameaça do regime de Kim Jong-un é uma resposta à resolução contra a Coreia do Norte aprovada ontem no Conselho de Segurança da ONU, do qual a China é membro permanente, que aumenta as sanções ao regime comunista em represália ao teste nuclear realizado por Pyongyang em 12 de fevereiro.
Em relação às sanções, a porta-voz chinesa comentou hoje que se trata de um documento "equilibrado" e assegurou que a China, principal aliado econômico e humanitário da Coreia do Norte durante os últimos anos, respeitará as medidas.
"A China sempre colocou em prática com seriedade as resoluções e cumprirá com suas obrigações internacionais", destacou Hua sobre o documento, impulsionado principalmente por Washington e Pequim, em um pouco frequente consenso entre ambos.
Entre outras sanções, a resolução pune pela primeira vez as "atividades ilícitas do corpo diplomático" norte-coreano, as relações exteriores de seus bancos e as "transferências ilícitas de dinheiro", além de endurecer as restrições de viagem de funcionários locais.