O foguete chinês Long March-5 decola do Centro de Lançamento Espacial Wenchang, na China| Foto: Noel CELIS/AFP
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A China lançou nesta quinta-feira (23) sua primeira missão independente para pousar em Marte, um marco importante para o programa espacial chinês, que busca colocar o país em pé de igualdade com as maiores potências espaciais do mundo.

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A sonda, batizada de Tianwen-1 (perguntas ao céu, em mandarim), foi lançada com o foguete Long March 5 às 12h40 (local, 1h40 em Brasília), a partir da base de lançamento Wenchang, na ilha de Hainan, no sul da China. Pesando 5 toneladas, ela deve chegar à orbita de Marte em fevereiro de 2021.

O pouso no planeta vermelho só deve acontecer depois de dois ou três meses, tempo que permitirá a coleta de dados atmosféricos e garantir as melhores condições de pouso. A aterrissagem será a parte mais desafiadora da missão, disse à Reuters o porta-voz da missão, Liu Tongjie. "Entrar, desacelerar e aterrissar (EDL) é um processo muito difícil. Acreditamos que o processo EDL da China ainda pode ser bem-sucedido e a espaçonave pode pousar com segurança".

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Depois disso, a missão deve durar pelo menos 90 dias e vai estudar a superfície, a atmosfera, a ionosfera e o campo magnético do planeta vizinho.

"A Tianwen-1 vai orbitar, pousar e liberar um veículo espacial na primeira tentativa e coordenar observações com um orbitador", disse a equipe de cientistas responsáveis pela missão em um artigo publicado na revista Nature Astronomy, em 13 de julho.

O veículo que vai andar em Marte pesa 240 kg, é alimentado por energia solar e possuí câmeras que, além de tirar fotos, auxiliam na navegação. Também possui outros instrumentos que vão permitir a coleta do solo e a busca por água.

Essa é a primeira vez que a China envia uma missão independente à Marte. Em 2011 houve uma tentativa, em parceria com a Rússia, de enviar um satélite ao planeta vermelho, mas a sonda ficou presa na órbita da Terra e acabou caindo no Oceano Pacífico dois meses após o seu lançamento. Até agora, apenas os americanos tiveram sucesso em operações mais longas em Marte - apesar de outros países também terem conseguido pousar no planeta.

A China só criou sua agência espacial em 1993, mas com investimentos crescentes em seu programa espacial conquistou avanços importantes recentemente. Em janeiro de 2019, o país conseguiu pousar com sucesso no lado oculto da lua. Em maio deste ano lançou com sucesso o foguete Long March 5B, que permitirá o envio de missões tripuladas ao espaço para construir uma estação espacial chinesa na órbita baixa da Terra, que a China planeja concluir 2022.

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