A China decidiu proibir comentários anônimos na internet, em mais um endurecimento do controle sobre os 400 milhões de internautas do país. A internet se transformou em um poderoso instrumento de denúncia de abusos de líderes locais do Partido Comunista, muitos dos quais perderam seus postos. Com o fim do anonimato, os usuários temem ser alvo de retaliações, já que serão obrigados a se identificar e dar seus nomes verdadeiros.
Wang Chen, ministro do Escritório de Informação do Conselho de Estado, afirmou na segunda-feira que os grandes portais chineses concordaram com a determinação e começaram a exigir identificação dos usuários que deixam comentários online.
Vários internautas atacaram a medida. O tom da maioria deles foi resumido em um texto colocado no nfdaily.cn, que ainda permitia o anonimato ontem: "Quem vai proteger a liberdade de expressão dos internautas? Como será resolvida a questão de algumas pessoas usarem seu poder para se vingar de internautas que reportam problemas? Como os internautas vão se atrever a denunciar problemas com seu nome real se sua liberdade de expressão não é garantida?"
O governo chinês já bloqueia o acesso a milhares de sites que considera "separatistas" ou "subversivos", entre os quais os ligados ao dalai-lama, aos exilados uigures, à seita Falun Gong (banida nos anos 90) e aos movimentos que pedem reformas democráticas no país.
Deixe sua opinião