Pequim - Familiares do ganhador do Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo não foram autorizados a visitá-lo na prisão, anunciou ontem uma organização de defesa dos direitos humanos com sede em Hong Kong.
A família de Liu, famoso dissidente chinês premiado com o Nobel da Paz em 8 de outubro, solicitou uma autorização para visitar o detento na penitenciária de Liaoning, na região nordeste da China, mas não recebeu resposta, indicou a organização Centro de Informações sobre Direitos Humanos e Democracia.
Os irmãos do dissidente, Liu Xiaoguang e Liu Xiaoxuan, assim como seu cunhado Liu Tong, afirmaram à ONG que temem uma proibição das visitas até a cerimônia de entrega do Nobel, no dia 10 de dezembro em Oslo.
Ainda nesta semana uma série de países europeus entre eles a França e a Alemanha anunciaram que irão à cerimônia de entrega do Nobel da Paz, na Noruega.
Liu Xiaobo, 54 anos, foi condenado por subversão por ter sido um dos signatários da Carta 08 um manifesto que pedia reformas políticas na China. A nomeação de Xiaobo enfureceu as autoridades de Pequim.
A carta de Liu Xia, esposa do dissidente, que circula na internet, pede a cem dissidentes chineses, advogados e professores, que recebam o prêmio em nome de Xiaobo."De acordo com a situação atual, a chance de que Xiaobo e eu possamos receber o prêmio é mínima, mas acredito que Xiaobo gostaria, sem dúvida, que seus amigos assistissem a esta histórica cerimônia", escreveu Liu Xia.
"Portanto, ao enviar esta informação, gostaria de convidar abertamente os amigos de Xiaobo a assistir à cerimônia do Prêmio da Paz que acontecerá em Oslo em 10 de dezembro", completa.
Não foi possível confirmar se Liu Xia realmente escreveu a carta, já que ela está em prisão domiciliar desde o anúncio do prêmio e está impedida de fazer qualquer comunicação. Yang Jianli, um dissidente que mora nos EUA, afirmou que Liu Xia confiou a ele a missão de coordenar com amigos e partidários a viagem a Oslo, indicando que ainda não pode revelar a identidade dos viajantes.