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A China publicou um mapa nesta segunda-feira (28) no qual reivindicou soberania sobre territórios que são objeto de disputa entre o país e a Índia. O mapa, veiculado nos canais oficiais do regime chinês, incorpora áreas como a região indiana de Arunachal Pradesh e o planalto de Aksai Chin ao território chinês.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, qualificou nesta terça-feira (29) como “absurda” a iniciativa chinesa de incluir em seu mapa a região de Arunachal Pradesh, que é considerado um território indiano. As declarações do ministro ocorreram durante um fórum organizado pela emissora indiana NDTV.
Jaishankar criticou a inciativa chinesa, enfatizando que “a publicação de um mapa não confere legitimidade territorial” e observando que tais ações por parte da China apenas “complicam a resolução das questões fronteiriças entre os dois países”.
A região de Arunachal Pradesh, localizada no nordeste da Índia, tem sido alvo de disputa territorial entre China e Índia há décadas. A região é administrada pelos indianos, mas os chineses reivindicam soberania sobre ela.
Além dessa região, os países disputam também a soberania sobre as regiões do Himalaia, como o planalto de Aksai Chin, que é administrado por Pequim, mas reivindicado por Nova Délhi.
As relações bilaterais entre as duas nações mais populosas do mundo vêm enfrentando desafios significativos, agravados por um conflito fronteiriço ocorrido em 2020 no Vale de Galwan, no Himalaia ocidental. O confronto resultou na morte de soldados de ambos os lados e elevou as tensões. Embora tenham ocorrido conversas diplomáticas e militares subsequentes, as relações permaneceram tensas.
O último atrito entre chineses e indianos ocorreu em abril, quando a China renomeou 11 locais na fronteira do país com a região de Arunachal Pradesh.
A divulgação do mapa pela China só aumentou as preocupações em relação à estabilidade na região. As recentes discussões entre o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o ditador chinês, Xi Jinping, durante a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo dos Brics, resultaram em um acordo para intensificar as negociações com o objetivo de reduzir as tensões nas áreas disputadas. (Com Agência EFE)