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A China acusou os Estados Unidos de hipocrisia nesta quinta-feira em sua resposta anual às críticas de Washington à situação dos direitos humanos no país, afirmando que os norte-americanos não têm direito de manchar os nomes de outros países.

``Como em anos anteriores, o Departamento de Estado aponta o dedo para as condições dos direitos humanos em mais de 190 países e regiões, incluindo a China, mas evita tocar na situação dos direitos humanos nos EUA'', diz o relatório, divulgado pela agência de notícias oficial Xinhua.

A China espera que seu relatório ``ajude os povos a terem um melhor entendimento da situação nos EUA e promova a causa internacional dos direitos humanos''.

``O relatório é como um espelho para a América olhar para suas próprias condições de direitos humanos e ver qual qualificação tem para fazer críticas e interferir em outros países com a desculpa dos direitos humanos'', disse em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Qin Gang.

O relatório não menciona a admissão feita nesta semana pela secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, de que os EUA têm seus próprios problemas de direitos humanos.

O relatório trata de uma série de temas, incluindo mortes de civis no Iraque, pobreza infantil, racismo, maus tratos de prisioneiros e a situação das mulheres norte-americanas no trabalho.

O texto diz que apontar e envergonhar outros países em seu relatório atual sobre direitos humanos contribuiu para a Guerra Fria na segunda metade do século 20 e é ``típico da mentalidade da Guerra Fria.''

``Exortamos o governo dos EUA a reconhecer seus próprios problemas de direitos humanos e parar de interferir em assuntos internos de outros países sob o pretexto de direitos humanos'', diz o longo relatório.

O texto usa como fontes reportagens da mídia ocidental, estatísticas do governo dos EUA e até grupos como a Anistia Internacional, que costuma enfrentar oposição chinesa pelas críticas a Pequim.

``A injustiça no judiciário é alarmente'', disse o texto chinês. ``Em alguns casos, os acusados são mandados para a cadeia sem julgamento ou confissão, ou retirados de casa sem procedimento correto.''

``Abusos em prisões dos EUA também são comuns. Os EUA são o único país no mundo que permite que cães da polícia aterrorizem prisioneiros'', diz.

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