A China rejeitou as "críticas não razoáveis" que sofreu em um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre abusos aos direitos humanos na Coreia do Norte, mas não esclareceu se vetará qualquer tentativa de punição a Pyongyang por parte do Conselho de Segurança.
Os chefes de segurança da Coreia do Norte e possivelmente até o dirigente máximo Kim Jong-un podem enfrentar processos judiciais internacionais por ordenarem o uso sistemático de torturas, fome e assassinatos, em grau comparável às atrocidades nazistas, disseram investigadores de direitos humanos na segunda-feira (17).
A inédita repreensão pública a um chefe de Estado num inquérito da ONU deve isolar ainda mais Kim, possivelmente complicando os esforços para convencê-lo a moderar sua retórica beligerante e abandonar seu programa de armas nucleares.
Os investigadores também disseram que a China, principal aliada da Coreia do Norte, pode estar "auxiliando crimes contra a humanidade" ao devolver migrantes e desertores ao país comunista, onde eles podem sofrer torturas e execuções.
Pequim respondeu com irritação a essas acusações. "É claro que não podemos aceitar essas críticas não razoáveis', disse Hua Chunying, porta-voz da chancelaria chinesa, a jornalistas na terça-feira.
"Acreditamos que politizar as questões de direitos humanos não propicia a melhoria dos direitos humanos em um país. Acreditamos que levar questões de direitos humanos ao Tribunal Penal Internacional não seja útil para melhorar a situação dos direitos humanos em um país."
Hua não quis revelar se a China usaria seu poder de veto caso o relatório seja levado ao Conselho de Segurança. Diplomatas dizem que provavelmente Pequim impediria qualquer medida.
A porta-voz também não quis comentar o fato de a China ter impedido o acesso de investigadores da ONU à fronteira com a Coreia do Norte, cruzada ilegalmente por muitos norte-coreanos. Limitou-se a dizer que Pequim não vê essas pessoas como refugiadas, e sim como "migrantes norte-coreanos ilegais".
Segundo Hua, a China trata essas pessoas "de acordo com as leis internacionais e domésticas e com os princípios humanitários". Ela não quis citar estimativas sobre quantos norte-coreanos já entraram ilegalmente na China.
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