A China e outros países em desenvolvimento contestaram nesta quarta-feira uma proposta da anfitriã Dinamarca para superar o impasse na conferência climática de Copenhague, enquanto a polícia prendia centenas de manifestantes que tentaram sem sucesso invadir o local da reunião.
Policiais usando cassetetes e spray de pimenta detiveram 240 pessoas durante o protesto, no qual os manifestantes exigiam medidas mais duras contra o aquecimento global. Dentro do centro de convenções há uma crescente frustração com a falta de progresso após quase duas semanas de negociações em torno de um novo tratado climático mundial.
Várias nações criticaram a Dinamarca depois que o país disse que planejava apresentar novos textos para tentar romper um impasse em questões como redução das emissões de gases-estufa de nações ricas.
"Este é um processo guiado pelas partes, não se pode simplesmente apresentar um texto caído do céu", disse o representante chinês Su Wei durante os debates. "A medida da presidência (Dinamarca) de apresentar um texto... na realidade equivaleria a obstruir o processo, e ameaçaria muito o resultado bem sucedido de Copenhague".
Outros países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, criticaram a manobra dinamarquesa. A China diz que o único resultado legítimo para a conferência é o texto redigido pelos dois principais grupos de trabalho do evento, que incluiria todos os países do mundo na luta contra a mudança climática.
A Dinamarca diz que está tentando simplificar os complexos textos-base para ajudar os cerca de 120 chefes de Estado e de governo a chegarem a um acordo.
"Gostaríamos muito que um grupo menor de ministros se sentasse e olhasse o texto para tentar cortar alguns dos nós górdios", disse a ministra dinamarquesa Connie Hedegaard à Reuters.
Os países em desenvolvimento exigem que as nações ricas reduzam drasticamente suas emissões de gases-estufa, além de cobrarem verbas para ajudarem as nações mais pobres a se adaptarem às mudanças climáticas e a reduzirem suas próprias emissões.
Mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que todos os países precisam adotar metas rígidas.
"Estamos a apenas três dias do acordo final em Copenhague. Estou razoavelmente otimista," disse Ban à TV Reuters Insider.
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