• Carregando...
 | JOHN THYS/AFP
| Foto: JOHN THYS/AFP

A China diz que não há chance de autonomia para o Tibete, e usou a imprensa estatal para condenar o apoio dado a tal tese pelo líder exilado Dalai Lama, às vésperas de um encontro dele com o presidente da França, Nicolas Sarkozy.

A agência oficial de notícias Xinhua publicou na quinta-feira dois comentários contra o líder espiritual budista do Tibete, que reivindica uma "autonomia de alto nível" na sua montanhosa região - o que seria uma forma de autonomia mesmo sob a soberania chinesa.

As autoridades chinesas criticaram a posição do Dalai Lama depois de receberem de enviados dele, em encontros no mês passado, um "Memorando para que todos os tibetanos desfrutem da genuína autonomia."

Agora Pequim divulgou uma resposta mais longa, antecipando-se a uma viagem do Dalai Lama à Polônia, onde no sábado deve se encontrar com Sarkozy.

A China solicita que Sarkozy desista do evento. Como forma de protesto, Pequim suspendeu uma cúpula com a União Européia em Lyon, que aconteceria na segunda-feira, após longo planejamento.

Os comentários na Xinhua afirmam que o Dalai Lama ignora as liberdades político-religiosas que a China concede aos tibetanos, e dizem que aceitar as exigências dele poderia gerar perigosas divisões étnicas no país.

"Ao agitar a bandeira da implementação da autonomia étnica regional na China, insistindo em exigências políticas para um chamado 'Grande Tibete' e em 'autonomia de alto nível', o Dalai Lama está violando os interesses fundamentais do povo tibetano", diz um dos textos, intitulado "Isso não tem futuro."

Liu Jianchao, porta-voz da chancelaria chinesa, disse que a reunião de Sarkozy com o Dalai Lama provocou "muita insatisfação" entre o povo chinês.

"Esperamos que o lado francês possa prestar atenção aos apelos do público chinês por justiça", afirmou o porta-voz a jornalistas.

Empresas francesas foram alvos de boicotes e manifestações neste ano na China, depois de distúrbios contra o regime chinês durante a passagem da tocha olímpica por Paris.

"Também esperamos que o público chinês possa, calma e racionalmente, lidar com o atual estado das relações sino-francesas, e que os franceses trabalhem arduamente para resolver o problema", concluiu Liu.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]