• Carregando...
Shaikh: problemas mentais motivaram pedidos de clemência | Luis Belmonte Diaz/AFP
Shaikh: problemas mentais motivaram pedidos de clemência| Foto: Luis Belmonte Diaz/AFP
  • Veja quais países mais executaram criminosos em 2008

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, declarou ontem que a China executou o cidadão britânico Akmal Shaikh. Brown condenou o ato "nos termos mais fortes". A execução de Shaikh, um britânico de 53 anos de origem paquistanesa, ameaça gerar uma crise diplomática entre Grã-Bretanha e China. O escritório do Exterior da Grã-Bretanha convocou ontem a embaixadora chinesa em Londres, Fu Ying, à chancelaria em Londres para expressar sua raiva e indignação com a execução.

A execução de Akmal Shaikh também foi condenada pela União Europeia e pelo governo da França, os quais haviam pedido clemência para o sentenciado. Shaikh foi morto por uma injeção letal.

"Eu condeno a execução de Akmal Shaikh nos termos mais fortes e estou chocado e desapontado com o fato de que os persistentes pedidos de clemência não terem sido atendidos", declarou o primeiro-ministro britânico em comunicado. "Estou particularmente preocupado com o fato de que nenhuma avaliação médica ter sido feita", afirmou.

"Neste momento, nossos pensamentos estão com a família e os amigos de Shaikh e eu envio a eles minhas sinceras condolências."

O governo britânico e a família de Shaikh fizeram apelos de última hora na segunda-feira para que a China mostrasse clemência. Shaikh, 53 anos, era pai de três filhos e vivia em Londres. Ele sofria de transtorno bipolar.

A filha de Shaikh, Leilla Horsnell, se disse "chocada e desapontada que a execução tenha sido levada em frente, sem nenhuma consideração pelos problemas mentais do meu pai. Eu luto para entender como isso pode ser justiça", ela disse.

O governo chinês, por sua vez, rechaçou totalmente as críticas britânicas. A porta-voz da chancelaria chinesa, Jiang Yu, fez menos das reclamações britânicas. "Nós instamos o governo britânico que mostre respeito pelas instituições judiciais da China e retifique o erro imediatamente para evitar um dano nas relações bilaterais", ela disse. O governo chinês afirmou que não existem provas de que Shaikh fosse um doente mental.

Shaikh foi detido em setembro de 2007 em Urumqi, na província de Xinjiang (oeste da China), com quatro quilos de heroína. Os integrantes de uma campanha organizada em sua defesa disseram que uma gangue criminosa o enganou para que ele transportasse as drogas. Shaikh havia sido sentenciado à morte em dezembro de 2008 e perdeu sua apelação final na Suprema Corte chinesa no começo deste ano.

Ele tornou-se o primeiro cidadão de um país da União Europeia a ser executado na China em 50 anos, segundo dados da entidade Reprieve, sediada em Londres, que deu a Shaikh aconselhamento legal. O último europeu executado na China foi o piloto italiano Antonio Riva, fuzilado em 1951 após ter sido condenado por ter participado de uma suposta conspiração para assassinar o líder chinês Mao Tsé-tung.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]