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Os Estados Unidos são os responsáveis pelas recentes tensões entre Pequim e Washington e devem tomar a iniciativa para reparar as relações entre os dois países, disse neste domingo o premiê chinês Wen Jiabao, indicando que as duas potências ainda não superaram as últimas desavenças.

Wen afirmou que as ações dos Estados Unidos, incluindo a visita a Washington do líder tibetano, Dalai Lama, e a venda de armas para Taiwan, violaram a soberania e a integridade territorial da China.

"A responsabilidade pelos problemas nas relações entre os EUA e a China não é do lado chinês, mas do norte-americano," declarou Wen, durante entrevista a jornalistas, após evento parlamentar na China.

A China considera Taiwan sua província, a ser unificada pela força se necessário, e acusa Dalai Lama de separatismo. Pequim e Washington também tiveram diferenças recentes por conta de comércio, câmbio e do controle chinês sobre a Internet.

O premiê Wen não respondeu diretamente às perguntas sobre a ameaça do gigante Google de deixar a China por causa de censura.

Ele também não falou sobre os empregados da mineradora Rio Tinto que enfrentam processo no país por causa de corrupção.

O encontro com jornalistas após o evento parlamentar anual é uma oportunidade para Pequim estabelecer o tom de suas políticas.

Wen pressionou para que os países desenvolvidos flexibilizem os controles sobre exportação de alta tecnologia para a China e defendeu o iuan ancorado no dólar como um fator para a estabilidade global.

Nesta semana, o presidente dos EUA, Barack Obama, havia defendido uma taxa de câmbio "mais orientada pelo mercado" na China. Essas pressões, segundo Wen, não são produtivas.

O controle do Partido Comunista Chinês sobre dissidentes e oposição política também tem sido um tema controverso. Na sua pesquisa anual sobre direitos humanos em 194 países, o Departamento de Estado dos EUA afirmou que a China intensificou os esforços para suprimir informação da Internet.

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