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Os governos da China e da Rússia criticaram nesta terça-feira (14) os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália, um dia após esses países detalharem uma parceria militar por meio da qual Washington fornecerá submarinos nucleares para Camberra.
Na segunda-feira (13), os Estados Unidos anunciaram que já definiram com a Austrália a venda de três submarinos nucleares da classe Virgínia na década de 2030. Além disso, ficou estabelecido que mais dois poderão ser vendidos ao país da Oceania se necessário.
Essa venda faz parte do pacto tripartite Aukus (que responde às iniciais em inglês de Austrália, Reino Unido e Estados Unidos), anunciado em setembro de 2021 e que é encarado como uma reação à crescente influência da China na região do Indo-Pacífico.
“A última declaração conjunta dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Austrália demonstra que os três países, em nome dos seus interesses geopolíticos, desconsideram completamente as preocupações da comunidade internacional e estão caminhando cada vez mais na direção do erro e do perigo”, afirmou Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
Ele acrescentou que os três países do Aukus possuem uma “mentalidade da Guerra Fria” e que visam incitar uma corrida armamentista na região, e também argumentou que a venda desses submarinos movidos a energia nuclear viola o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, também criticou o anúncio feito na véspera pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e pelos primeiros-ministros de Reino Unido e Austrália, Rishi Sunak e Anthony Albanese, respectivamente, em San Diego, no estado americano da Califórnia.
“O mundo anglo-saxão, com a criação de estruturas como o Aukus e com o avanço das infraestruturas militares da OTAN na Ásia, está apostando seriamente que haverá muitos anos de confronto”, argumentou o chanceler russo.
Os novos submarinos permitirão à Austrália entrar, a partir da próxima década, no clube das nações com submersíveis movidos a energia nuclear, que inclui Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Índia. (Com Agência EFE)