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relação instável

China se irrita com plano dos EUA de vender armamentos para Taiwan

O presidente da China, Xi Jinping fala diante de soldados do Exército de Libertação do Povo em um quartel em Hong Kong | DALE DE LA REYAFP
O presidente da China, Xi Jinping fala diante de soldados do Exército de Libertação do Povo em um quartel em Hong Kong (Foto: DALE DE LA REYAFP)

A China expressou nesta sexta-feira (30) sua irritação com o plano do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de vender para Taiwan cerca de US$ 1,4 bilhão em armas.

 A China considera Taiwan parte de seu território e a classifica como uma província rebelde. Nacionalistas chineses fugiram para a ilha em 1949 após perder a guerra civil para os comunistas. 

 "O gesto errado do lado americano vai de encontro ao consenso alcançado entre os dois presidentes e o momento positivo de desenvolvimento das relações China-EUA", disse a embaixada da China em Washington. "O governo, e o povo chinês têm toda o direito de ficar irritados." 

Apoio à autodefesa

 Ao anunciar o pacote de venda de armas a Taiwan, o Departamento de Estado disse na quinta-feira (29) que se trata de um apoio à "capacidade de autodefesa" da ilha, mas ressaltou que o plano não implica mudança na política de "uma única China", exigida por Pequim e apoiada pelos EUA.  

O Ministério da Defesa da China afirmou que Taiwan é a "questão mais importante e sensível das relações sino-americanas" e exigiu que Washington evite provocar novas instabilidades na região.  

Os Estados Unidos deixaram de reconhecer Taiwan em 1979, passando a manter relações formais apenas com a China continental, governada pelo Partido Comunista.  

Estratégia sem organização

Até agora, o governo Trump tem sido marcado por uma estratégia sem organização para a China. 

Durante a campanha presidencial, no ano passado, o republicano adotou um discurso hostil contra Pequim, acusando os chineses de roubarem empregos dos americanos e de realizar manipulação monetária. Em dezembro, Trump irritou o governo chinês ao sugerir uma reaproximação com Taiwan e conversar por telefone com a líder da ilha, Tsai Ing-wen, rompendo o protocolo.  

Após tomar posse, em janeiro, o presidente adotou um tom mais comedido e reiterou o apoio à política de "uma única China". Os dois países se aproximaram ainda mais após a visita do presidente Xi Jinping aos EUA, em abril, a partir daí, Trump passou a expressar confiança na China.  

O pacote de venda de armas a Taiwan representa um novo tensionamento entre os dois países. Analistas divergem em sua avaliação sobre as idas e vindas de Trump na política externa: enquanto uns interpretam isso como uma tática para obter melhores condições de negociação, outros veem uma falta de experiência e de estratégia.

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