O Ministério de Relações Exteriores da China disse nesta quarta-feira que o país se opõe s sanções unilaterais contra o Irã, depois que alguns países do Ocidente anunciaram novas medidas contra Teerã para tentar interromper o programa nuclear da República Islâmica.

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Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e o Canadá anunciaram novas medidas contra os setores de energia e finanças do Irã na segunda-feira, e a França propôs novas sanções "sem precedentes", incluindo o congelamento de ativos no banco central francês e a suspensão da importação de petróleo iraniano.

"A China é sempre contra as sanções unilaterais contra o Irã e se opõe ainda mais à expansão de tais sanções", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Liu Weimen, a jornalistas em uma coletiva de imprensa de rotina, reiterando a necessidade de novas negociações.

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"Acreditamos que a pressão e as sanções não resolverão fundamentalmente a questão iraniana, mas vão complicar a questão. Intensificar o confronto não conduz à paz e à estabilidade na região", disse Liu.

O Irã desconsiderou a nova onda de sanções, dizendo que as tentativas do Ocidente de isolar sua economia serviriam apenas para unir os iranianos em apoio ao programa nuclear do governo.

As mais recentes sanções foram motivadas por um relatório da agência nuclear da ONU sugerindo que o Irã havia trabalhado para desenvolver um modelo de bomba atômica. Teerã defende que seu trabalho nuclear é inteiramente pacífico e disse que o relatório era baseado em informações falsas da inteligência ocidental.

As medidas unilaterais têm como objetivo pressionar o Irã a suspender seu programa nuclear antes que o país consiga desenvolver a bomba. Israel e Washington afirmam não ter descartado a possibilidade de ataques militares se os esforços fracassarem.

Críticos das sanções dizem que as medidas não conseguirão impedir o desenvolvimento nuclear do Irã e significaria fazer o jogo de um governo que usa sua hostilidade contra Washington como motivo de orgulho.

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As medidas dos governos ocidentais foram decididas fora do âmbito da Organização das Nações Unidas, onde a Rússia e a China - membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com poder de veto - concordam que o Irã não deveria ser sujeito a sanções.

A Rússia disse que as medidas dos EUA são "inaceitáveis".

A China, que tem mantido relações próximas com o Irã, já apoiou resoluções anteriores do Conselho de Segurança da ONU criticando a postura do Irã em questões nucleares e autorizou sanções limitadas.

Mas Pequim resistiu repetidas vezes às propostas do Ocidente por sanções que poderiam restringir seriamente seus laços econômicos e energéticos com o Irã, o terceiro maior fornecedor de petróleo bruto da China.

A China defende que as negociações comerciais das empresas chinesas com o Irã não deveriam ser alvo das sanções.

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O Irã enviou 20,3 milhões de toneladas de petróleo bruto nos primeiros nove meses deste ano, aumento de quase um terço em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados chineses.