A China passou a se preocupar mais com a tensão internacional que cerca o programa nuclear iraniano, mas continua duvidando da eficácia de sanções nesse caso, disse o chanceler Yang Jiechi na terça-feira, após receber seu homólogo britânico, David Miliband.
A declaração sugere que o governo de Pequim pouco cedeu aos apelos ocidentais por novas sanções da ONU ao Irã, as quais a China poderia vetar por ser membro permanente do Conselho de Segurança.
"A respeito da questão nuclear do Irã, desejo apontar que esta questão é objeto de ampla atenção da comunidade internacional. A China se tornou mais preocupada com a atual situação", disse Yang, acrescentando que Pequim insiste na busca por uma solução diplomática.
Governos ocidentais acusam Teerã de tentar desenvolver armas nucleares, o que a República Islâmica nega. Na segunda-feira, a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, juntou-se ao coro dos que dizem ser hora de novas sanções.
O Irã é um dos principais fornecedores de petróleo para a China, além de receber muitos investimentos chineses. "Já disse antes que as sanções não fornecem uma solução fundamental para a questão nuclear iraniana, esta questão afinal terá de ser resolvida por meio de negociações pacíficas", disse o chancele chinês. "Vamos continuar fazendo esforços ativos para obter uma solução diplomática para a questão nuclear do Irã."
Uma proposta ocidental para novas sanções prevê restrições a mais bancos iranianos no exterior, mas sem impor medidas contra os importantes setores de gás e petróleo do país.
Na entrevista coletiva, Milliband disse que a questão do Irã é um "teste para todos nós", e notou que a China tem manifestado uma crescente preocupação. "Todos temos o objetivo comum de assegurar que o Irã cumpra seus compromissos sob o Tratado de Não-Proliferação (Nuclear), e vamos trabalhar muito estreitamente para conseguir isso", afirmou.
A China é um dos cinco membros permanentes com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU. Pequim apoiou as três rodadas anteriores de sanções ao Irã, após cortar medidas que poderiam ameaçar o comércio de petróleo e os investimentos chineses.
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