Nova Iorque O embaixador da China na ONU, Wang Guangya, disse ontem que seu país realizará inspeções para localizar armas da Coréia do Norte, mas insistiu que não fará nenhuma interdição de cargueiros em alto mar. "Inspeções sim, mas inspeções são diferentes de interceptação e interdição", disse Wang.
Wang disse que a resolução aprovada contra o regime de Pyongyang no sábado não torna obrigatório que todas as nações inspecionem os cargueiros que estejam partindo da Coréia do Norte ou entrando no país. Wang considera que os Estados poderão realizar tal operação se necessário e "de acordo com suas autoridades legais". "Acho que nessa área, diferentes países devem fazer isso de formas distintas", disse.
Os EUA iniciaram ontem uma ofensiva diplomática dirigida aos países vizinhos da Coréia do Norte para garantir a plena aplicação da resolução da ONU. Além da autorização para que os países interceptem e inspecionem cargueiros norte-coreanos, a resolução também inclui o embargo de armas pesadas à Coréia do Norte e o congelamento de bens de pessoas ou empresas ligados ao programa de armas norte-coreano.
As autoridades chinesas começaram ontem a inspecionar caminhões de carga que seguiam para a Coréia do Norte. No posto fronteiriço da cidade chinesa de Dandong, cerca de 30 caminhões chineses foram fiscalizados na manhã de ontem, enquanto 50 caminhões norte-coreanos vazios tiveram de esperar para entrar na China.
Parceria
A China é o principal sócio comercial da Coréia do Norte, mas seu apoio é crucial para o êxito das novas medidas da ONU. Os dois países dividem 1.416 quilômetros de fronteira. Além do comércio, a faixa fronteiriça é essencial para a ajuda humanitária. Alimentos e 90% do petróleo usado pelos norte-coreanos vem da China. O comércio exterior total da Coréia do Norte no ano passado foi de menos de US$ 4 bilhões e a China foi responsável pela maior parte dele, com US$ 1,7 bilhão em exportações.