O Japão começou a despejar a água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima no oceano Pacífico nesta quinta-feira (24), em meio a protestos da comunidade pesqueira e da China, que suspendeu imediatamente as importações de frutos do mar com o país.
A usina Tokyo Electric Power foi destruída em 2011 após a ocorrência de um tsunami que causou enormes estragos em reatores nucleares e espalhou substâncias tóxicas no ambiente.
O governo japonês disse que verificou junto à empresa TEPCO a "segurança" do descarte. Contudo, a China argumentou que não há comprovação firme de que a água seja segura, motivo pelo qual encerrou o acordo.
Um comunicado da alfândega chinesa informou que "o país está altamente preocupado com o risco de contaminação radioativa trazida pelos alimentos e produtos agrícolas do Japão".
Em resposta, o governo japonês reiterou a segurança da água e contestou o fim da parceria, afirmando que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) considerou "insignificante" o impacto da radioatividade da água nas pessoas e no ambiente.
Apenas em 2022, de acordo com a agência de notícias Reuters, o Japão exportou cerca de 600 milhões de dólares em produtos aquáticos para a China, o que torna o maior mercado para as exportações do país, seguido de Hong Kong.
O comércio com os dois países representa 42% de todas as exportações aquáticas japonesas no último ano, segundo dados do governo.
O líquido processado e diluído em água do mar antes de ser despejado no oceano contém baixas quantidades de trítio, um isótopo radioativo, bem como outros resíduos de materiais radioativos em concentrações consideradas seguras dentro dos limites internacionais de segurança para o setor nuclear, de acordo com a AIEA.
Protestos
A decisão do governo japonês não agradou à comunidade pesqueira que vive nas proximidades da usina e utiliza a água para o sustento. Eles afirmam que o despejo contribui com a falta de credibilidade dos consumidores sobre o produto que recebem.
Ainda, ativistas ambientais protestaram em frente à sede da usina nuclear contra a liberação da água no Pacífico. Alguns manifestantes foram detidos.
Segundo a Reuters, Hong Kong e Macau também suspenderam o comércio com o Japão após o anúncio.
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