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A China anunciou nesta quarta-feira (17) a suspensão das negociações sobre controle e não-proliferação de armas nucleares que estava iniciando com os Estados Unidos, devido à venda de armas americanas para Taiwan.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse numa coletiva de imprensa que esse comércio “comprometeu seriamente a atmosfera política para a continuação das conversas sobre controle de armas”.
“Consequentemente, o lado chinês decidiu suspender a discussão com os Estados Unidos sobre uma nova rodada de conversas sobre controle de armas e não-proliferação. A responsabilidade cabe inteiramente aos Estados Unidos”, afirmou Lin, que pediu “respeito” pelos “interesses fundamentais da China e criação das condições necessárias para o diálogo e o intercâmbio”.
Taiwan é administrada separadamente da China continental desde 1949, quando os nacionalistas, derrotados pelos comunistas na Guerra Civil Chinesa, se refugiaram na ilha. Pequim considera Taiwan uma província rebelde, a ser reincorporada até 2049, quando o fim do conflito completará cem anos.
Nos últimos meses, o governo dos Estados Unidos aprovou várias vendas de armas para Taiwan, uma delas em junho no valor de US$ 360 milhões, com drones armados, equipamentos de mísseis e material de apoio.
Segundo a NBC News, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, criticou a China “por seguir o exemplo da Rússia” de suspender conversas sobre controle e não-proliferação de armas nucleares.
“Infelizmente, ao suspender estas conversas, a China optou por não levar adiante esforços para prevenir riscos estratégicos e evitar corridas armamentistas dispendiosas, mas nós, os Estados Unidos, permaneceremos abertos ao desenvolvimento e implementação de medidas concretas de redução de riscos com a China”, afirmou.