O chefe da diplomacia do regime da China, Wang Yi, disse nesta quarta-feira (28) ao assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, que os Estados Unidos têm de “parar de armar Taiwan”, e alertou que “o movimento de independência da ilha é o maior risco para a paz e a estabilidade” no Estreito.
"Taiwan pertence à China e a China irá unificar-se. A independência de Taiwan é o maior risco para a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, e os Estados Unidos devem honrar seus compromissos de não apoiar sua independência. E devem parar de armar Taiwan", afirmou Wang, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado.
Sulivan respondeu, segundo a mesma fonte, que os Estados Unidos “não apoiam a independência de Taiwan” e que Washington e Pequim devem “coexistir pacificamente”, para o que é necessário “aumentar a compreensão mútua e reduzir mal-entendidos e julgamentos equivocados”.
Sulivan faz a primeira visita à China de um conselheiro de segurança dos EUA em oito anos para abordar "preocupações" sobre o "aumento da pressão militar, diplomática e econômica" sobre Taiwan.
Desde que o novo presidente taiwanês, William Lai (Lai Ching-te), tomou posse no último mês de maio, a China aumentou sua atividade militar em torno da ilha e intensificou o tom das suas ameaças contra os "separatistas" de Taiwan, um território governado autonomamente desde 1949 e considerado pelo regime comunista continental como uma "província rebelde".
Além de fazer comentários sobre Taiwan, Wang referiu-se também aos recentes atritos com as Filipinas nas águas disputadas do Mar do Sul: "A China salvaguarda firmemente e salvaguardará sua soberania territorial, bem como os seus direitos e interesses marítimos", disse o chanceler comunista.
“Os Estados Unidos não deveriam usar os tratados bilaterais como desculpa para minar a soberania e a integridade territorial da China, e não deveriam apoiar ou tolerar as ações violadoras das Filipinas”, acrescentou.
De acordo com a chancelaria chinesa, que descreveu as conversas desta quarta-feira como "francas, substanciais e construtivas", ambos os lados também trocaram opiniões sobre outros temas quentes, como a Ucrânia, o Oriente Médio e a península coreana.
“A China sempre esteve comprometida em promover a paz e o diálogo e em pressionar por uma solução política para a crise ucraniana, e continuaremos a fazê-lo”, disse Wang, que pediu aos Estados Unidos “para não abusarem de sanções unilaterais ilegais”.
Por outro lado, Wang e Sullivan discutiram uma possível nova “interação” em um futuro próximo entre o ditador Xi Jinping e o presidente Joe Biden, que já está vivendo seus últimos momentos na Casa Branca, após desistir da reeleição.
Xi e Biden reuniram-se em novembro do ano passado em São Francisco, nos EUA, demonstrando uma certa reaproximação em um encontro que visava estabilizar a tumultuada relação bilateral e no qual chegaram a acordos para combater o tráfico de fentanil e reabrir canais de comunicação militar.
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