Cerca de dez milhões de chineses podem ser contaminados com o vírus HIV até 2010, disse nesta terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS) ao cobrar mais vontade política dos governos asiáticos contra a Aids.
Cerca de cinco milhões de pessoas foram infectadas em todo o mundo no ano passado, o que eleva a 45 milhões o número de pessoas vivendo com o vírus apesar das medidas de prevenção à Aids em vigor, segundo Shigeru Omi, diretor da OMS para a região do Pacífico Oeste.
- Sabemos o que funciona e o que não funciona. Então por que a ação necessária para impedir a difusão do vírus não está sendo adotada? - disse Omi em nota preparatória para o Dia Mundial da Aids, nesta quinta-feira. - Por que a epidemia ainda está crescendo, ao invés de regredir?
Na China, o HIV já chegou a todas as 31 províncias e regiões autônomas, sendo o uso de drogas injetáveis a principal forma de transmissão. Situação semelhante ocorre na Malásia e no Vietnã.Se nada for feito para promover a prevenção, segundo a OMS, cerca de dez milhões de chineses serão contaminados nos próximos cinco anos.
Omi pediu aos governos da região que avaliem os avanços no sentido de reverter a epidemia a partir de 2015, uma das chamadas Metas do Milênio da ONU, expressa também em uma declaração de 2001 da Assembléia Geral da ONU.
- Essas promessas devem se traduzir em ações efetivas - disse ele.
Com base nos dados da OMS, mais de 25 milhões de pessoas morreram de Aids desde 1981. A doença é a principal causa de mortes de pessoas com idades de 15 a 49 anos no mundo.
Mais de 13 mil pessoas contraem o vírus por dia. O uso de drogas injetáveis e a prostituição são os maiores fatores de difusão na região do Pacífico Oeste.
Na Ásia, o Camboja tem a maior taxa de prevalência, 1,9% da população. Quase 21%das prostitutas estão contaminadas.Omi disse que ainda há tempo de cumprir as metas, e lembrou que houve um dramático aumento de vinte vezes nas doações destinadas ao combate Aids desde 1996. Em 2004, esse valor atingiu US$ 6 bilhões.
Ele afirmou que quase um milhão de habitantes dos países em desenvolvimento recebem atualmente a terapia anti-retroviral, mas que isso ainda está muito aquém da meta de oferecer o tratamento a três milhões de pessoas até o fim de 2005.
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