China testa com sucesso vacina anti-Aids

• 0

"Segura" e "eficaz". Assim foi classificada a vacina anti-Aids desenvolvida pelo governo chinês, após uma bem-sucedida primeira rodada de ensaios clínicos. O anúncio coincide com a realização, em Toronto, da XVI Conferência Internacional sobre Aids.

"Os voluntários que foram inoculados se mostraram imunes ao Vírus da Imunodeficiência Humana [HIV, na sigla em inglês] após 15 dias, o que indica que a vacina funciona bem ao estimular a imunidade do organismo" disse Zhang Wei, da Administração Estatal de Alimentos e Medicamentos, à agência Xinhua.

Segundo Wei, nenhuma das 49 pessoas que participaram do ensaio - iniciado na primavera de 2005 e finalizado em junho deste ano - apresentou quaisquer reações adversas após 180 dias, o que o habilita a considerar o produto seguro.

Apesar do inegável otimismo, as autoridades chinesas são cautelosas na divulgação dos resultados. Isso porque são necessárias várias fases de testes clínicos antes que se possa alegar que um produto é eficaz na prevenção de determinada doença. No caso da Aids, então, a apreensão é ainda maior. Até hoje, 25 anos depois de descoberta a doença, nenhuma vacina foi aprovada, apesar das mais de 120 tentativas realizadas por governos e laboratórios de todo o mundo.

Atualmente, 35 vacinas são testadas nos cinco continentes. E apenas uma chegou à terceira fase de ensaios - que inclui testes com dependentes químicos e prostitutas, considerados grupos de alto risco -, sendo reprovada.

Segundo a agência Xinhua, ainda não foi confirmado quando se dará a realização da segunda fase dos testes com a vacina chinesa, que incluirá um número maior de voluntários e servirá para examinar a indução de anticorpos.

Na primeira fase, os voluntários - indivíduos sadios - foram divididos em oito grupos, seis dos quais receberam uma vacina individual e os outros dois uma combinada.

Segundo estimativas do Ministério da Saúde da China e da UNAIDS, o país asiático conta, atualmente, com 650 mil infectados pela Aids. Especialistas, no entanto, acreditam que o número pode ser ainda maior.