A China usou o yuan mais do que o dólar em transações internacionais pela primeira vez, um novo marco em seus planos para reduzir sua dependência da moeda dos Estados Unidos, segundo um estudo da Bloomberg Intelligence. Especificamente, o uso do yuan nessas transações atingiu um recorde histórico de 48% em março, um mês em que o uso do dólar nas transações internacionais chinesas caiu para 47%. A taxa é calculada com base no volume de todos os tipos de transações internacionais no país, incluindo a negociação de ações por meio das conexões entre os mercados da China continental e de Hong Kong.
"O aumento do uso do yuan pode ser uma consequência natural da abertura da conta de capital da China, com o aumento dos fluxos de entrada de títulos chineses e de saída de ações de (a bolsa) Hong Kong", disse Stephen Chiu, analista de moedas da Bloomberg Intelligence. Entretanto, a moeda chinesa ainda tem uma participação de apenas 2,3% nos pagamentos a nível global, de acordo com dados do sistema de pagamentos internacionais SWIFT.
Há muito tempo a China quer aumentar o uso de sua moeda para transações internacionais em todo o mundo e, na terça-feira (25), o Conselho de Estado (Executivo) reiterou a intenção de aumentar o uso do yuan para liquidar essas negociações no plano internacional. "A internacionalização do yuan está se acelerando à medida em que outros países buscam uma moeda de pagamento alternativa para diversificar os riscos, já que a credibilidade do Federal Reserve (banco central dos EUA) não é tão boa quanto antes", disse Chris Leung, economista do DBS Bank. Apesar disso, o especialista acrescentou que o dólar ainda tem muitas vantagens como moeda de escolha internacional: "A participação do yuan nos pagamentos globais poderá ser pequena para sempre", disse.
Histórico
Em 2010, a China quase não usou moeda chinesa para liquidar essas transações, fazendo-as quase que exclusivamente em dólares. Eles foram utilizados em 83% dos negócios naquele ano.
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