Nos seus três dias nos Estados Unidos, o presidente da China, Hu Jintao, aproveitou apenas na sexta-feira um momento livre de cobranças. Em Chicago, Hu foi recebido com buquê de orquídeas, boas-vindas em mandarim e espetáculos de dança chinesa na Escola Secundária Walter Payton, na mesma região da cidade que abriga o Instituto Confúcio. Questões econômicas e político-estratégicas, como as que provocaram estresse nas conversas de Hu com o governo e o Congresso americanos nos dias anteriores, foram sublimadas em Chicago. Até mesmo as cobranças por mudanças na política chinesa de desvalorização cambial.
No entanto, essas controvérsias continuaram a ecoar em Washington, com a divulgação da ameaça dos Estados Unidos de deslocar suas forças militares na Ásia se a China não pressionar a Coreia do Norte a eliminar seu programa nuclear e a parar com suas agressões à Coreia do Sul. O presidente americano, Barack Obama, já havia feito o alerta em um telefonema a Hu no mês passado, mas repetiu a advertência durante um jantar privado na Casa Branca, na terça-feira. O líder americano teria alegado ser este o único meio de proteger os Estados Unidos e seus aliados no continente - a Coreia do Sul e o Japão -, segundo o jornal The New York Times.
Diante da iniciativa, a China teria concordado em aumentar sua pressão sobre a Coreia do Norte. No entanto, um dia depois, sua proposta de solução negociada pelo Sexteto (Coreia do Norte, Coreia do Sul, China, EUA, Japão e Nações Unidas) também começou a prosperar. Seul anunciou na quinta-feira sua disposição em retomar o diálogo militar com Pyongyang - provavelmente no próximo mês -, o que pode abrir caminho para novas negociações com o sexteto sobre o programa nuclear.
Questionado sobre a ameaça do governo americano, sempre cético com a via da negociação com a Coreia do Norte, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, desconversou. "Os chineses aceitaram, pela primeira vez, tratar do fim do programa norte-coreano de enriquecimento de urânio e dos passos necessários para lidar com isso. E nós estamos contentes que sul-coreanos e norte-coreanos estão começando a conversar", afirmou Gibbs. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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