Um tribunal no leste da China autorizou nesta quarta-feira (9) que o ex-dirigente comunista Bo Xilai recorra das condenações do mês passado por corrupção e abuso de autoridade, que resultaram numa pena de prisão perpétua.

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Bo era uma estrela em ascensão na liderança chinesa e, graças ao seu carisma e a medidas populistas, de matiz maoísta, angariou muitos seguidores, especialmente entre chineses que se sentiam excluídos das políticas econômicas que visam o crescimento a qualquer custo.

Mas sua carreira foi encerrada no ano passado por um escândalo em que sua mulher, Gu Kailai, foi condenada por envenenar e matar um empresário britânico amigo da família.

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Em breve nota divulgada em seu site oficial, a alta corte da província de Shandong (leste), onde Bo foi julgado inicialmente, disse que ele está autorizado a recorrer. Não ficou claro quando a audiência acontecerá.

Mas dificilmente o veredicto e a pena serão alterados, já que os tribunais chineses são controlados pelo Partido Comunista, que há muito tempo o declarou culpado.

Uma fonte familiarizada com o caso disse que Bo apresentou o recurso "no dia em que a sentença foi anunciada".

"Na época ele recorreu verbalmente, e depois apresentou por escrito", disse a fonte à Reuters, pedindo anonimato. Segundo essa fonte, o recurso deverá ser analisado na sexta-feira ou na semana que vem.

Bo, de 64 anos, era o chefe do partido comunista na metrópole de Chongqing, no sudoeste chinês. Durante seu julgamento, ele apresentou uma defesa inflamada, desqualificando o depoimento da sua esposa contra ele como sendo delírios de uma insana na esperança de ter sua própria sentença reduzida.

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Ele repetidamente declarou-se inocente, embora tenha admitido que tomou decisões equivocadas e que envergonhou seu país pela forma como lidou com seu ex-chefe de polícia Wang Lijun, primeiro a informar a Bo que Gu provavelmente havia matado o empresário Neil Heywood.

Pelo código processual chinês, o recurso precisa tramitar num prazo de dois meses.