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PARIS - O presidente francês, Jacques Chirac, 74 anos, anunciou neste domingo (11), pela televisão, que não será candidato a um terceiro mandato, depois de ter ficado 12 anos à frente do país.

Em discurso oficial à nação do Palácio do Elysée, Chirac declarou que não vai se apresentar para a eleição presidencial de abril-maio, decisão que já era esperada.

"Ao fim do mandato que os senhores me confiaram, será chegada a hora de vos servir de outra forma. Eu não pedirei o voto dos senhores para um novo mandato", disse, pedindo aos franceses "que nunca compartilhem do extremismo". Chirac vira assim a página de mais de 40 anos de vida política.

Duas vezes primeiro-ministro, prefeito de Paris durante 18 anos, ele foi eleito presidente pela primeira vez em 1995, para suceder o socialista François Mitterrand. Em 2002, foi reeleito com 82% dos votos, vencendo o chefe da extrema-direita Jean Marie Le Pen.

Perfil do líder

Nascido em 1932, Chirac entrou no governo com 35 anos, como secretário de Estado, quando o general Charles de Gaulle dirigia o país. Ele foi duas vezes primeiro-ministro, e ocupou o cargo de prefeito de Paris durante 18 anos.

O balanço de seus anos de poder é dividido. Jacques Chirac é considerado um líder pragmático, cujo "não" à guerra americana no Iraque, em 2003, lhe rendeu índices recordes de popularidade.

Os franceses gostam de sua energia, do lado simpático e "próximo ao povo" que ele cultiva.

Porém, seus detratores denunciam seu lado "versátil": ele foi partidário de um trabalhismo à francesa nos anos 70 e em seguida do liberalismo à la Ronald Reagan, antes de recorrer em 1995 ao tema do combate à "fratura social", sem cumprir suas promessas.

Todos reconhecem, no entanto, que ele tem algumas convicções fortes: sua rejeição à extrema-direita e sua luta contra o anti-semitismo, demonstrada pela decisão de admitir a responsabilidade do Estado francês na deportação dos judeus durante a ocupação alemã.

O ano de 2005 foi problemático para o chefe de Estado, com o "não" francês à Constituição Européia, os tumultos nas periferias e o acidente vascular cerebral que sofreu.

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