PARIS (Reuters) - O presidente francês, Jacques Chirac, deve confirmar no domingo que não vai tentar a reeleição, marcando o fim de uma carreira política de mais de 40 anos.
Ele se aposenta com forte legado e gestos simbólicos, mas com poucos resultados concretos.
Chirac fará um pronunciamento à nação pela televisão às 16h (horário de Brasília) para dizer que não vai tentar um terceiro mandato nas eleições presidenciais do próximo mês, afirmam autoridades.
A campanha pelas votações de abril e maio já dura meses com o candidato conservador Nicolas Sarkozy, o socialista Segolene Royal e o de centro Francois Bayrou em uma apertada disputa.
Chirac, 74, imaginava que poderia disputar novamente as eleições, mas problemas de saúde deixaram pouca dúvida de que ele não vai tentar permanecer no poder.
O presidente deve expressar, no domingo, que protegeu os interesses da França perante o mundo, se opôs aos Estados Unidos sobre a guerra do Iraque e promoveu a tolerância.
Mas críticos afirmam que ele tem poucos feitos econômicos ou sociais a mostrar.
"De maneira geral, ele é visto como um presidente fraco, especialmente no segundo mandato", disse Daniela Schwarzer, especialista em França do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança.
Durante seu governo, Chirac terminou com o serviço militar obrigatório. Ele foi o primeiro mandatário a reconhecer que o regime francês Vichy apoiou os nazistas durante o Holocausto na Segunda Guerra Mundial.
Ele também teve participação importante no fim da guerra civil na Iugoslávia no final da década dos anos 1990 e ganhou popularidade no mundo árabe ao se posicionar contra a invasão do Iraque liderada pelo presidente norte-americano, George W. Bush, em 2003.
Chirac também sofreu grandes derrotas, notadamente em 2005 quando os franceses votaram rejeitando a constituição da União Européia.



