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O presidente da França, Jacques Chirac, recusou-se nesta segunda-feira a criticar o Papa Bento XVI por causa de suas declarações recentes que enfureceram os muçulmanos no mundo inteiro, mas pediu por uma linguagem mais diplomática.

Um discurso do Papa na última terça-feira foi considerado ofensivo ao Islã, por retratar o islamismo como uma religião corrompida pela violência. As declarações causaram assombro nod os Estados muçulmanos. Alguns líderes religiosos chegaram a apontar uma nova cruzada cristã contra o Islã.

"Não é meu papel nem minha intenção fazer comentários sobre os comunicados papais. Eu simplesmente quero dizer, em um nível geral(...) que temos de evitar qualquer coisa que incite tensões entre povos e entre religiões", afirmou Chirac à rádio Europe 1.

"Temos que evitar fazer qualquer ligação entre o Islã, que é uma religião importante, respeitada e respeitável, e o islamismo radical, que é uma atividade totalmente diferente e de natureza política", acrescentou Chirac.

O líder dos 1,1 bilhão de católicos romanos no mundo disse no domingo que lamentava profundamente que os muçulmanos houvessem se ofendido por uma citação medieval sobre o Islã e a violência. O Pontífice, entretanto, não conseguiu abrandar a ira de alguns grupos islâmicos, que exigem um pedido de desculpas completo.

Bento XVI acrescentou que a citação não corresponde a seu ponto de vista pessoal.

Antes de o Papa falar e apaziguar alguns muçulmanos, houve ataques a igrejas na Cisjordânia e um protesto no Irã. Na Somália, uma freira italiana foi morta em um ataque que, segundo uma fonte muçulmana, pode ter ligação com a polêmica.

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