Havana A CIA, central americana de inteligência, recrutou um ex-agente do FBI, polícia federal norte-americana, para se aproximar de dois dos mais procurados mafiosos dos Estados Unidos, para que eles assassinassem o líder cubano, Fidel Castro, com pílulas de veneno. A tentativa de assassinato ocorreu durante o primeiro ano de governo de Fidel, em 1960, de acordo com documentos da CIA que foram divulgados ontem.
A confirmação oficial da conspiração para matar Fidel, que está em meio a centenas de páginas de relatórios internos da CIA conhecidos como as "jóias da família", deverá ser bem-vinda pelas autoridades comunistas de Cuba, que afirmam que até hoje os Estados Unidos querem matar Fidel.
Funcionários cubanos dizem que foram feitas mais de 600 tentativas de assassinar Fidel, em quatro décadas. Agora com 80 anos, Fidel não é visto em público desde que transferiu o poder ao seu irmão Raúl no ano passado e sofreu várias cirurgias. Mas em uma carta publicada na segunda-feira, Fidel garantiu, sem entrar em detalhes, que o atual presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, "autorizou e ordenou" a sua morte.
Os assessores de imprensa do governo cubano não retornaram às chamadas ontem, mas a mídia de Cuba fez matérias sobre os documentos divulgados pela CIA.
"Sob as ordens da Casa Branca, a CIA tentou assassinar o presidente Fidel Castro e outras personalidades e líderes," escreveu o diário Granma, do Partido Comunista de Cuba, no sábado. "O que já foi presumido e denunciado será corroborado."
Outras tentativas fracassadas de assassinar Fidel, que subiu ao poder em 1959 após uma revolução contra a sangrenta ditadura de Fulgencio Batista, foram reveladas nos documentos liberados e desclassificados pela CIA.
Os papéis liberados ontem são parte de um relatório preparado a pedido do então diretor da CIA, James Schlesinger, em 1973. Ele ordenou aos agentes que lhe revelassem todas as ações em curso ou passadas que, potencialmente, poderiam violar a licença e a integridade da organização.