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Investigação

CIA criou prisões secretas na Europa

O pagode com Arlindo Cruz acontece na quinta | Reprodução www.tcvultura.com.br/bembrasil
O pagode com Arlindo Cruz acontece na quinta (Foto: Reprodução www.tcvultura.com.br/bembrasil)

Bruxelas – A Polônia e a Romênia abrigaram deliberadamente centros de detenção da CIA (o serviço secreto dos EUA) entre 2003 e 2005, revelou ontem Dick Marty, relator do Conselho Europeu. Em seu segundo relatório sobre o caso, Marty também acusou a Alemanha e a Itália de obstruírem as investigações ao classificar o assunto de "segredo de Estado". No documento, o relator afirma que a CIA alcançou em 4 de outubro de 2001 "acordos operacionais" para que os governos dos dois países permitissem as transferências e prisões secretas – conhecidas como deportações extraordinárias – em seus territórios. "A CIA cometeu uma série de atos ilegais na Europa ao seqüestrar indivíduos, detê-los em locais secretos e submetê-los a técnicas de interrogação equivalentes à tortura", disse.

Segundo Marty, a Polônia abrigou alguns dos mais importantes prisioneiros da CIA, incluindo o paquistanês Khalid Sheikh Mohamed, que em março assumiu ter planejado os ataques de 11 de Setembro em depoimento na Baía de Guantánamo, onde atualmente está preso. "A prisão secreta na Romênia foi usada para prender suspeitos menos importantes", relatou Marty.

Reagindo à divulgação do documento, a Comissão Européia conclamou ontem os governos da Polônia e Romênia a realizar investigações independentes e urgentes sobre as acusações, garantindo que quaisquer vítimas sejam compensadas. Polônia e Romênia, que aderiram ao bloco europeu respectivamente em 2004 e neste ano, negaram repetidas vezes terem aprovado operações da CIA em seus territórios.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também negou as acusações contidas no relatório de Marty, que a relacionam com os vôos ilegais da CIA para transferir suspeitos de terrorismo. "Nunca houve um acordo secreto como o descrito por Marty", assinalou a porta-voz adjunta da Otan, Carmen Romero.

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