O diretor da CIA, William Burns, afirmou neste sábado que não existem evidência de que a Rússia utilizará armas nucleares táticas na Ucrânia, embora tenha feito alerta de que o presidente russo, Vladimir Putin, está cada vez mais empenhado em ganhar a guerra.
"A comunidade de inteligência não está vendo evidências práticas que apontem, neste momento, para planos russos de mobilizar ou, inclusive, potencialmente, usar armas nucleares táticas", afirmou o representante da agência americana, em debate organizado em Washington pelo jornal "Financial Times".
As armas nucleares conhecidas como táticas são aquelas que podem ser utilizadas a curta distância, em mísseis no campo de batalha ou que possam ser lançados de aviões e barcos. São diferentes das armas nucleares estratégicas, aquelas que se ameaçaram durante anos Rússia e Estados Unidos, maiores potências nucleares do planeta.
Pouco depois do início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, Putin deu sinais da possibilidade de utilizar o arsenal nuclear russo. Na ocasião, a CIA sugeriu que a ameaça não fosse levada a sério.
Quase um mês depois, o diretor da agência americana seguiu sem descartar que a Rússia utilize armas nucleares, e pediu que a possibilidade fosse encarada como real, embora tenha destacado que não existam provas sobre o risco existir, principalmente, pelos esforços desdobrados de Putin para vencer a guerra.
"Acho que ele está em um estado mental em que acredita que não pode se dar ao luxo de perder", avaliou Burns, que foi embaixador dos Estados Unidos na Rússia entre 2005 e 2008.