Dezenas de ciclistas nus percorreram as ruas do centro de Chicago na noite do último sábado (8), para protestar contra a dependência do uso do petróleo na décima corrida "World Naked Bike Ride".

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Quem estava desprevenido se surpreendeu ao ver ciclistas nus surgirem pedalando, entre os quais as mulheres eram maioria, porque os detalhes do evento foram mantidos em segredo até o último momento para evitar aglomerações e alvoroço.

Segundo os organizadores, a meta era evitar o clima de "carnaval" ou de "festa nudista", e celebrar sem pudor ou curiosidade mórbida o uso da bicicleta e o corpo humano.

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Ao mesmo tempo, buscavam fazer um apelo à sociedade sobre o uso e a dependência dos veículos que usam combustível fóssil e poluem o ambiente.

Manifesto

"Tentamos mostrar que há alternativas de transporte que não contaminam o ambiente", disse Stéphanie Santana à Agência Efe. Silvia Hidalgo, outra latina entrevistada antes do início do percurso, disse que participou para apoiar o uso da bicicleta, "mas há pessoas que também estão aqui por questões de respeito ao corpo e à aparência".

Foi o caso de Stéphanie: "É uma forma de mostrar, também, que estamos confortáveis com nossos corpos", acrescentou.

Os ciclistas, que se reuniram em um parque da cidade, tinham a opção de participar nus, seminus, fantasiados ou com os corpos pintados.

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Pedalada

No início da noite, os manifestantes subiram em suas bicicletas e iniciaram um percurso de 20 quilômetros pelas ruas do centro, escoltados de perto pela polícia e aclamados pela população.

"É uma manifestação de união e liberdade. Não há curiosidade mórbida. Todos somos irmãos", disse Edwin López.

"Queremos nos sentir bem e demonstrar que a bicicleta é um sistema de transporte muito efetivo, eficaz e bom para a saúde", assinalou.

Nudez

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Os participantes foram advertidos pelos organizadores através de um folheto distribuído antes da pedalada que, diante da visão de tantos corpos nus "às vezes os espectadores podem tocar", e a recomendação era "Se você for tímido, fique no centro do grupo, fora de alcance".

No entanto, a participante Teresa Mesa disse à Efe antes da largada: "não me dá vergonha estar nua na frente das pessoas. Pelo contrário estou emocionada, o clima é gostoso e esta é minha primeira vez".

Antes de terminar o percurso, os participantes realizaram um protesto em um posto de gasolina do norte de Chicago.

Embora existisse o risco de alguém ser acusado pela polícia de atentado ao pudor, ou de ser detido por andar nu, não houve incidentes e os organizadores agradeceram ao prefeito de Chicago, Rahm Emanuel, e ao Departamento de Polícia, pelo apoio.