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Daca – O ciclone Sidr deixou um rastro de destruição em sua passagem por Bangladesh, mais 1,1 mil de mortos e 3,2 milhões de desabrigados. Segundo a agência United News of Bangladesh, há mais de 300 pessoas desaparecidas e muitas áreas permaneciam incomunicáveis ontem à noite.

O ciclone de categoria 4 e ventos de 240 km/h chegou à costa de Bangladesh na quinta-feira à noite, provocando ondas de até cinco metros de altura, destruindo milhares de casas, arrancando árvores e postes de eletricidade e arrasando plantações em 15 distritos costeiros.

Após assolar o sul de Bangladesh, o ciclone seguiu para o centro do país, onde está situada a capital, Daca, mas perdendo intensidade e se transformando em uma tempestade tropical. Sidr também castigou o leste da Índia com fortes chuvas. Hoje, a tempestade atingirá o estado indiano de Assam.

O aeroporto de Daca e o principal porto do país, na cidade sulista de Chittagong, ficaram fechados por causa dos fortes ventos, dificultando o deslocamento das equipes de ajuda humanitária. A maioria das vítimas morreu atingida por árvores ou sepultada pelas paredes de suas casas, geralmente construídas de forma precária.

Funcionários do governo dizem que esta foi a pior tormenta a atingir Bangladesh desde 1991, quando o país foi devastado por um ciclone que deixou mais de 138 mil mortos. Em 1970, mais de 500 mil pessoas morreram em outro ciclone.

Bangladesh é um país habitualmente atingido por ciclones e, segundo cálculos de meteorologistas, nos últimos 125 anos as costas do país foram afetadas por 80 grandes tormentas, que deixaram mais de 2 milhões de mortos. No país, 60 milhões dos 140 milhões de habitantes vivem a menos de 10 metros sobre o nível do mar, por isso a elevação das águas, como aconteceu na madrugada da sexta-feira, sempre tem conseqüências catastróficas.

As autoridades tentaram antecipar-se à força da natureza e retiraram das áreas costeiras 650 mil pessoas, que dormiram em abrigos especiais. A Marinha enviou cinco navios com alimentos e remédios para os afetados e a União Européia doará 1,5 milhão de euro em ajuda. A Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho têm várias equipes trabalhando nas áreas atingidas.

Em Nova Iorque, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, John Holmes, disse que a organização separou recursos (não quantificou) de seu fundo de emergências para responder às conseqüências da tempestade. O país se encontra praticamente às escuras. Os distritos mais atingidos, sobretudo na linha litorânea, continuam sem água potável, sistema de transportes e conexão telefônica, e por isso o número de vítimas poderá aumentar. "Há áreas remotas e ilhas em frente à costa às quais as equipes de resgate ainda não puderam chegar", afirmou o secretário de Gestão de Desastres, Ayub Mian.

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