| Foto: Sossella

Pelo menos 500 pessoas morreram e cerca de 1 milhão ficaram desalojadas, em Bangladesh, após a passagem do ciclone Sidr, que chegou ao sul do país com seus ventos de até 240 km/h na noite desta quinta. Uma onda de 5 metros provocada pela tempestade afetou duramente três cidades litorâneas. Segundo as autoridades locais e funcionários do Crescente Vermelho, há também centenas de feridos e desaparecidos. O primeiro-ministro-interino, Fakhruddin Ahmed, viajou a algumas áreas afetadas no litoral da baía de Bengala para avaliar a extensão dos estragos.

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- A contagem de mortos está subindo rapidamente conforme recebemos mais informações dos distritos afetados - disse um funcionário do Ministério de Alimentação e Desastres.

O ciclone provocou um maremoto que inundou e isolou as cidades de Patuakhali, Barguna e Jhalakathi. Uma fonte oficial em Daca, a capital, disse que não há informações sobre vítimas naquela área. Em 13 distritos litorâneos, quase 1 milhão de pessoas foram tiradas de suas casas.

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Na manhã de sexta-feira, o ciclone havia sido "rebaixado" a tempestade tropical e já havia avançado bastante terra adentro, a noroeste de Daca.

A Marinha do país iniciou uma operação de busca e resgate, enquanto helicópteros começaram a levar mantimentos para ilhas afetadas, segundo o Ministério de Defesa. A maioria dos mortos foi vítima de desabamentos de casas ou de detritos levados pelo vento. Em Daca, três pessoas foram eletrocutadas.

Autoridades do setor agrícola dizem que houve sérios danos a arrozais e outros cultivos, agravando a situação de produtores que já tinham perdido suas duas safras anteriores devido a inundações. "A vida nunca é fácil", disse o agricultor Mohammad Salam, de Khulna. "Estamos destinados a sofrer."

O clima é sempre implacável com o pobre país asiático. Em 1970, um ciclone matou meio milhão de pessoas em Bangladesh. Outro, em 1991, fez 143 mil vítimas fatais. Entre julho e setembro, Bangladesh sofreu inundações que mataram mais de mil pessoas. No campo político, o principal desafio do governo provisório, instituído por militares, é promover eleições gerais ainda neste ano.