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Violência e narcotráfico

Cidade argentina enfrenta novo dia de ameaças enquanto aguarda chegada de agentes federais

A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, mobilizou forças federais para atuar na província de Santa Fé (Foto: EFE/ Juan Ignácio Roncoroni)

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Embora fosse esperado que esta terça-feira (12) seria o primeiro dia de mobilização das forças federais da Argentina em Rosário, que registrou um aumento da violência relacionada ao tráfico de drogas na última semana, a cidade foi palco de mais um dia de ameaças, em um claro desafio do crime organizado às autoridades.

Nas primeiras horas da manhã, foi encontrada uma nota com ameaças de morte dirigidas ao governador da província de Santa Fé, Maxi Pullaro, assinada por "Zona Norte, Sul e Oeste", referindo-se aos subúrbios de Rosário onde gangues de criminosos atuam.

Essa não é a primeira vez que Pullaro é ameaçado - na verdade, ele teve que tirar sua família da província - depois que uma carta semelhante foi encontrada no fim de semana após o assassinato de um frentista, assinada por supostos líderes dessas regiões exigindo seus "direitos nas prisões".

"Queremos nossos direitos, ver nossos filhos e nossa família. Não queremos negociar nada, queremos nossos direitos. Isso é para todos os prisioneiros. Pullaro e (o ministro da Justiça e Segurança de Santa Fé, Pablo) Cococcioni são responsáveis por mortes inocentes", afirmaram na carta manuscrita.

Além disso, o ministério da Segurança de Santa Fé afirmou em comunicado que dois jovens de 19 anos foram presos pelas ameaças e pelo assassinato do jovem de 25 anos, o último de uma lista trágica de quatro pessoas assassinadas em uma semana; ambos foram entregues aos tribunais enquanto se trabalha para esclarecer os fatos.

Esse tipo de ataque levou à paralisação temporária de alguns serviços, pois as empresas começaram a fechar suas portas mais cedo do que o normal, as aulas foram suspensas e o número de pessoas nas ruas diminuiu.

Uma greve no transporte público também foi iniciada devido aos assassinatos de dois motoristas de táxi e um motorista de ônibus. O serviço de coleta de lixo também parou, depois que dois trabalhadores foram ameaçados com uma arma de fogo enquanto faziam sua rota diária.

OPERAÇÃO DE SEGURANÇA

Após a criação de um Comitê de Crise no dia 8 de março, sob a liderança da ministra da Segurança, Patricia Bullrich, ela, o titular da pasta da Defesa, Luis Petri; o governador de Santa Fé e o prefeito de Rosário, Pablo Javkin, foram a Rosário na segunda-feira (11).

De acordo com as autoridades, cerca de 450 homens de diferentes forças federais deveriam chegar no mesmo dia para realizar operações contra as várias gangues de traficantes de drogas, devido ao aumento dos assassinatos na última semana.

Os assassinatos foram cometidos por matadores de aluguel em resposta às medidas implementadas por Pullaro, um "protocolo de gerenciamento para prisioneiros de alto risco", imitando as medidas do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, nas prisões.

Agentes da Polícia Federal, da Prefeitura Naval, da Gendarmaria e da Polícia de Segurança Aeroportuária foram recebidos em Rosário pela ministra e, de acordo com sua pasta, os agentes foram mobilizados para realizar operações noturnas em diferentes partes da cidade.

COMBATENDO O NÚCLEO CRIMINOSO

Além de reforçar Rosário com a presença da polícia em "operações de saturação", que começam a partir das 17h até as 7h desta quarta-feira (13), serão estabelecidas zonas de alto risco a partir das quais será mapeada a estrutura criminosa.

O governo solicitará à Justiça que aplique a Lei Antiterrorista para traficantes de drogas, que dobra as penas para toda pessoa que nos delitos cometidos o objetivo seja aterrorizar a população, e terá uma pena de 5 a 15 anos de prisão e uma multa de duas a dez vezes o valor da operação para quem financiar direta ou indiretamente esses atos.

Além disso, o governo vai enviar ao Congresso uma lei antimáfia que buscará novas tipificações e modalidades de repressão penal ao crime organizado.

Também é esperada a chegada de membros das Forças Armadas, que fornecerão apoio em transporte, engenharia, logística e comunicações às forças federais e provinciais. (Com Agência EFE)

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