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As autoridades de Guangzhou, no sul da China, anunciaram nesta quarta-feira (30) a reabertura de vários distritos da cidade que estavam em confinamento, após uma noite de intensos confrontos entre manifestantes e a polícia local.
De acordo com comunicado divulgado pelo o órgão local de saúde, os distritos de Panyu, Liwan, Tianhe, Conghua e Huadu levantaram as restrições para evitar a propagação da Covid-19.
Já em Haizhu, o mais afetado pelo novo coronavírus, será permitido, "a princípio", que alguns dos contatos próximos de infectados se confinem em casa, ao invés de terem que ir para centros comunitários habilitados.
Diversos manifestantes em Guangzhou entraram em confronto com policiais na terça-feira (29), de acordo com vídeos postados nas redes sociais, em meio a onda de protestos populares contra a política de tolerância zero contra a Covid-19 imposta na China.
Segundo imagens postadas no Twitter - plataforma proibida no país asiático -, é possível ver agentes das forças de segurança avançando em formação contra barricadas.
Outro vídeo mostra os manifestantes lançando garrafas de vidro contra os policiais, e como bombas de gás lacrimogêneo são disparadas em direção às pessoas que buscavam escapar.
Uma terceira publicação tem imagens de agente levando diversas pessoas sob custódia.
Crise em Guangzhou
Os milhares de novos casos diários de Covid-19 em Guangzhou resultaram no confinamento de diversos distritos, o que provocou revolta em parte da população.
Muitas das pessoas que precisaram ficar em isolamento são imigrantes de áreas rurais, que precisaram buscar abrigos improvisados.
O descontentamento generalizado em toda a China gerou protestos também em Pequim e Xangai, maiores cidades do país. Nos atos, um dos alvos é o Partido Comunista, assim como o ditador Xi Jinping, a quem é pedida a renúncia.
No entanto, os novos casos de Covid-19 entraram em tendência de queda, após cinco dias de aumentos consecutivos. Hoje, foram anunciados 33.540 positivos, contra 37.828 de ontem.
A política de tolerância zero vigora na China desde o início de 2020, apesar dos sinais de esgotamento da população e de uma desaceleração do crescimento econômico, interrupção de cadeias de abastecimento e agitação dos mercados financeiros.
O governo, por sua vez, alega que salvou milhões de vidas desde o início da propagação do novo coronavírus e que, abrir mão da estratégia provocaria um colapso hospitalar e o aumento dos óbitos, especialmente, de idosos e outros grupos vulneráveis.
