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Curitiba — Nova Orleans está para os Estados Unidos assim como Salvador (BA) está para o Brasil. Concentra por quilômetro quadrado mais história, cultura e mistério do que grande parte das cidades norte-americanas. Embora os colonizadores espanhóis tenham colocado, no século 16, os pés no território hoje ocupado pela cidade, foram os franceses, 200 anos mais tarde, que transformaram o pântano às margens do Rio Mississippi em uma das cidades mais belas e fascinantes do continente.

A intensa miscigenação propiciada pela colonização francesa, menos rígida e segregacionista que a britânica, deu a Nova Orleans uma identidade crioula, mestiça. Graças a ela, a cidade tem uma culinária muito particular, condimentada, com ingredientes e especiarias incorporados à cozinha local por conta do intenso contato comercial com o Caribe, a Índia e a África. Nesse ponto, aproxima-se ainda mais da diversidade e da riqueza cultural de Salvador.

Vendida por Napoleão Bonaparte em 1812, por US$ 15 milhões, a área do atual estado da Louisiana nunca deixou de ter sotaque francês. Sobretudo Nova Orleans. Prova disso é o impressionante complexo arquitetônico do French Quarter (Bairro Francês), com suas ruelas, prédios coloniais em estilo espanhol e francês, em que o toque essencial são as grades de ferro batido nos balcões.

Também da influência francesa, a cidade herdou o Mardi Gras (terça-feira gorda), festa carnavalesca que atrai turistas do mundo inteiro. Vêm em busca do jazz castiço, do ragtime e dos catárticos funerais-festas que costumam tomar conta, sem aviso, das ruas da cidade. Tudo isso e mais um pouco está em risco com as inundações causadas pelo furacão Katrina.

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