Quito Além das dúvidas de como a Assembléia Constituinte vai operar no Equador, uma grande incógnita é onde ela se reunirá. Os 130 assembleístas terão plenos poderes e, portanto, poderão decidir seu local de trabalho. Mas Rafael Correa já deu sua sugestão: gostaria que a assembléia funcionasse em Montecristi, pequena cidade na província de Manabí, noroeste do país.
O objetivo principal seria homenagear o maior herói da história equatoriana, o militar José Eloy Alfaro Delgado, que nasceu ali. "Além de descendente direto de Eloy Alfaro, Correa acha que a Assembléia deve se reunir fora de Quito, para ter paz e tranqüilidade para trabalhar, e que ela poderia servir como um pretexto também para desenvolver a infra-estrutura de Manabí, onde vive bastante gente pobre", disse o historiador Juan Paz e Miño, da Universidade Católica de Quito. Eloy Alfaro era militar e presidiu o Equador entre 1895 e 1901 e entre 1906 e 1911. Em suas gestões foi construída a ferrovia Quito-Guayaquil, o Exército se modernizou e, principalmente, ocorreu a Revolução Liberal que separou Igreja e Estado, legalizou o divórcio, construiu uma série de escolas públicas e deu a todos os equatorianos o direito a educação laica e gratuita, além do matrimônio civil.
Alfaro foi assassinado em 1912 e seu corpo foi arrastado pelas ruas de Quito, onde uma larga e moderna avenida hoje leva seu nome. É do ex-presidente uma frase que serve de inspiração para o atual presidente: "A liberdade não se implora de joelhos, se conquista nos campos de batalha".
"Graças a Alfaro, o Equador era um dos Estados latinos mais modernos do fim do século 19, início do século 20. Correa quer assimilar essas idéias de mudança, fazer reformas profundas no país", opina o historiador.
Segundo críticos, no entanto, Correa é tudo menos liberal. O grande temor é que seu governo nacionalista deixe de atrair investimentos estrangeiros e faça o país crescer menos. Além disso, gastaria mais do que deveria para construir a infra-estrutura de uma assembléia num local remoto como Montecristi. Mas Miño lembra que ser liberal na época de Alfaro é muito diferente do que ser neoliberal hoje em dia.
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