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Ditadura chavista

CIDH considera governo da Venezuela responsável por massacre em 2018

Comissão apontou em comunicado que regime de Nicolás Maduro teve responsabilidade por execução extrajudicial de sete pessoas em 2018 (Foto: EFE/Miguel Gutierrez)

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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) considerou o Estado venezuelano responsável por um massacre em 2018 no qual sete pessoas foram mortas por forças de segurança da ditadura de Nicolás Maduro.

Segundo comunicado divulgado pela CIDH na terça-feira (26), o Estado venezuelano foi responsável pela violação de direitos à vida, à integridade pessoal, às garantias judiciais, à liberdade de consciência e de religião e à proteção judicial.

Em dezembro de 2017, integrantes do Movimento Equilíbrio Nacional, fundado por um agente da Polícia Científica da Venezuela e crítico do regime chavista, Oscar Pérez, entraram num quartel da Guarda Nacional Bolivariana em San Pedro de Los Altos, na região de Caracas, de onde levaram rifles e pistolas.

Segundo a CIDH, Pérez publicou em seguida um vídeo do ocorrido em sua conta no Twitter, o que levou o ditador Nicolás Maduro a determinar o uso da força contra o grupo, que descreveu como “terrorista”.

Em janeiro de 2018, cerca de 500 agentes de segurança atacaram a casa onde estavam Oscar Pérez e outras seis pessoas. “Apesar de, como mostram vários vídeos gravados por Oscar Pérez, as vítimas terem se rendido e manifestado disposição de iniciar uma negociação, as autoridades estatais entraram na casa, utilizando armas pesadas. Todas as vítimas perderam a vida durante a operação”, relatou a CIDH.

A comissão acrescentou que autópsias e fotos publicadas na imprensa indicaram que as sete pessoas foram vítimas de execuções. As famílias foram intimidadas e o Estado não permitiu que realizassem funerais adequados.

“Em relatório, a Comissão Interamericana concluiu que o uso da força letal por parte do Estado foi incompatível com as obrigações internacionais e considerou que não foi cumprido o princípio da necessidade absoluta, nem foram adotadas medidas menos lesivas, o que resultou na ação extrajudicial de execução de sete pessoas já neutralizadas. A comissão observou que as vítimas foram encurraladas e posteriormente executadas, o que evidencia a violação do direito à vida e à integridade pessoal”, apontou o comunicado da CIDH.

“Em relação às garantias judiciais, a comissão observou, entre outros elementos, a falta de documentação relativa à abertura de uma investigação, juntamente com a demolição do local dos fatos e a ausência de preservação de provas”, disse a comissão.

A CIDH recomendou três medidas ao regime chavista: reparações às famílias das vítimas; realizar investigações para identificar e punir os responsáveis; e tomar medidas para que não ocorram casos semelhantes no futuro, como treinamento de agentes policiais e militares e estabelecer mecanismos de responsabilização adequados em situações de abusos cometidos pelas forças de segurança.

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