Medula espinhal de ratos 24 horas após ferimento cervical: a cobaia B recebeu tratamento para silenciar o gene Abcc8, com uma notável redução de hemorragia| Foto: Cortesia de J. Marc Simard

A recuperação em longo prazo de pessoas que sofreram lesões na medula espinhal melhora significativamente por meio do desligamento de um único gene, defende estudo publicado nesta semana.

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Cerca de metade dos indivíduos que sofrem tais lesões ficam paraplégicos. Os custos de hospitalização e eventual reabilitação, nesses casos, são altíssimos.

Traumas na coluna podem fraturar osso ou deslocar vértebras, destruindo axônios, que transmitem sinais neurológicos do cérebro para o resto do corpo. Ironicamente, na tentativa de preservar-se da lesão, a medula causa estrago ainda maior a suas próprias células.

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Após o trauma, o gene Abcc8 ativa a proteína Sur1. Isso ocorre por um mecanismo de defesa cujo objetivo é proteger células da morte causada por excesso de cálcio.

A proteína injeta sódio no sistema, ajudando a reduzir a entrada de cálcio nas células. Mas em lesões graves esse mecanismo protetor fica confuso, e a Sur1 vira workaholic, promovendo um superfluxo de sódio que acaba de matar as células.

O cientista Marc Simard estudou o mecanismo em humanos, camundongos e ratos e descobriu que a Sur1 atua nos três casos após lesões da medula espinhal. Ao "silenciar" o gene que codifica essa proteína (o Abcc8), os pesquisadores conseguiram brecar o processo de autodestruição involuntária.

Simard é do departamento de neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, nos EUA. A pesquisa foi publicada na revista científica "Science Translational Medicine" desta semana.

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