O cientista nuclear iraniano que apareceu em Washington no início desta semana afirmando ter sido sequestrado por agentes dos Estados Unidos chegou a Teerã na quinta-feira (horário local).
As autoridades disseram que o avião de Shahram Amiri vindo de Doha, no Catar, pousou no Aeroporto Internacional Imam Khomeini há alguns minutos. Ele estava desaparecido há mais de um ano e se apresentou na segunda-feira na seção de interesses iranianos da embaixada do Paquistão, em Washington.
O Irã acusou a Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana de sequestrar Amiri, que trabalhava para a Organização de Energia Atômica do Irã, há um ano na Arábia Saudita. Washington nega a acusação e afirma que o cientista tinha liberdade de deixar os Estados Unidos, mas não explicou por que estava lá.
O Irã trava uma disputa com as potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, sobre seu programa nuclear que, para o Ocidente, tem o objetivo de construir armas atômicas. O país persa insiste que seu objetivo é gerar eletricidade.
O mistério envolvendo Amiri aumentou as especulações de que ele teria passado informações sobre o programa nuclear iraniano para a inteligência dos Estados Unidos. A emissora de TV norte-americana ABC afirmou em maio que Amiri havia desertado e que estaria colaborando com a CIA.
Três meses após o desaparecimento de Amiri, o Irã revelou a existência de uma instalação secreta de enriquecimento de urânio próxima à cidade sagrada xiita de Qom.
Contradizendo as alegações norte-americanas de que Amiri estava nos Estados Unidos de livre e espontânea vontade, o cientista iraniano pintou um cenário dramático sobre como teria sido sequestrado.
"Enquanto eu estava na peregrinação na Arábia Saudita, um carro me ofereceu uma carona... uma arma foi apontada para mim assim que entrei no carro", afirmou ele à televisão estatal. "Então eu fui drogado... fui transferido para a América num avião militar."
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