Dois astrônomos norte-americanos afirmam ter obtido evidências que confirmam, pela primeira vez, a existência de matéria escura, substância que os cientistas acreditam compor a maior parte do Universo. Até o momento, não há provas que a substância exista, embora os especialistas apostem na possibilidade pela influência exercida na matéria visível. As informações são do site LiveScience.
Dan Hooper, da Universidade de Chigago e do laboratório de aceleração de partículas Fermilab, e Lisa Goodenough, da Universidade de Nova York, disseram ter encontrado sinais da destruição de partículas de matéria escura, detectados a partir de explosões gigantes na região do centro da Via Láctea.
Os dados coletados foram enviados à revista Physics Review Letters B e aguardam a revisão de outros físicos e astrônomos, costume comum em publicações científicas para confirmar os estudos antes de serem publicados.
"Nada que nós tentamos chegou perto de explicar os resultados das observações que fizemos, com exceção da matéria escura", afirma Hooper. "É sempre difícil ter certeza se você não se esqueceu de nenhuma hipótese, mas, até agora, conversei com muitos especialistas e não escutei nenhuma alternativa mais plausível."
Segundo os pesquisadores, as observações mostram que a matéria escura seria composta por partículas conhecidas como WIMPs, com massas estimadas entre 7,3 e 9,2 GeV (giga elétron-volt), valores quase nove vezes maiores que a massa de um próton.
23% da matéria do Universo
Criada em 1930, a teoria da matéria escura surgiu como uma explicação para a velocidade de estrelas e galáxias, que deveria ser motivada por uma quantidade muito maior de matéria do que a visível.
Do universo como um todo, 72% é energia escura, 23% é matéria escura e quase 5% matéria visivel. Portanto, a matéria visível (ou bariônica dos átomos e moléculas) representa cerca de 20% do total de matéria do universo, explica o astrônomo Cássio Barbosa, colunista do G1.
"É o maior acontecimento com relação à materia escura desde que nós descobrimos que ela existe," diz Hooper. "Até nenhuma explicação alternativa surgir, sim, eu acho que nós finalmente encontramos."