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Aids

Cientistas apostam em microbicidas para proteger mulheres do HIV

Pesquisadores estão finalizando o desenvolvimento de revolucionárias substâncias microbicidas capazes de ajudar as mulheres a se protegerem contra o vírus da Aids, disseram cientistas nesta segunda-feira. Os pesquisadores observaram, no entanto, que a falta de interesse de grandes empresas farmacêuticas nesses produtos estava prejudicando os estudos.

- Acho que, por muitos anos, a pesquisa com microbicidas tateou no escuro ao fazer muito barulho sobre o potencial dessa tecnologia - afirmou Helen Rees, diretora executiva da Unidade de Pesquisa sobre a Saúde Reprodutiva e o HIV, um órgão da África do Sul.

Ela deu as declarações durante uma conferência internacional realizada na Cidade do Cabo.

- Neste momento, o campo de pesquisa com microbicidas sente que há a possibilidade de termos um microbicida eficiente dentro dos próximos anos - disse à Reuters.

Os microbicidas são um conjunto de cremes para a vagina e o reto, capazes de matar microorganismos. O objetivo é diminuir os riscos de contaminação pelo vírus HIV e por outras doenças sexualmente transmissíveis.

Se forem eficientes, os microbicidas poderiam ser um instrumento importante de prevenção contra a Aids e seriam um método que, ao contrário dos preservativos, seria controlado pelas mulheres.

Cinco produtos do tipo estão em estágio avançado de testes clínicos e os cientistas dizem que os primeiros resultados devem ser divulgados dentro de dois anos.

Helen Rees disse que os testes com outros novos produtos - muitos dos quais estão sendo avaliados na África do Sul, o país mais atingido pela Aids no mundo - mostravam-se promissores.

- Há vários produtos novos saindo. Nos próximos meses e anos, vamos ver alguns desses produtos sendo elaborados e passando rapidamente para a fase de testes clínicos.

Alguns delegados presentes ao encontro reclamaram sobre a falta de interesse mostrada pelas grandes empresas farmacêuticas no custeamento da pesquisa, possivelmente devido ao mercado menor para produtos desse tipo em países ricos.

- Há um consenso mundial de que há pouca compreensão sobre o custeamento das pesquisas com microbicidas - afirmou Joy Phumaphi, diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS). - Continuamos preocupados com isso. Gostaríamos de ver a indústria farmacêutica mais envolvida.

Os países em desenvolvimento, em especial os da África subsaariana, foram os mais atingidos pela Aids e a maior parte dos novos casos da doença continuam a surgir entre os pobres do mundo todo.

Mas, segundo pesquisadores, muitos produtos testados poderiam ser altamente eficientes no tratamento de doenças tais como a herpes e a clamídia, problemas que atingem também o mundo desenvolvido.

A ministra da Saúde da África do Sul, Manto Tshabalala-Msimang, afirmou a delegados que as autoridades da área deveriam ter cuidado com a falta de ética no teste de medicamentos realizados em comunidades pobres.

Muitos dos voluntários desses testes não estavam totalmente cientes dos riscos envolvidos e, por serem muito pobres, acabavam aceitando dinheiro em troca, afirmou a ministra.

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