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Medicina

Cientistas avançam no tratamento contra esclerose múltipla

Cientistas americanos e canadenses afirmam ter descoberto o mecanismo de formação da mielina, substância que cobre os nervos e cuja dissolução causa a esclerose múltipla. Em artigo publicado na revista "Science", os cientistas da Escola de Medicina Keck, da Universidade do Sul da Califórnia, indicaram que o descobrimento poderia ter um efeito importante no tratamento da esclerose múltipla e outras enfermidades, como as neuropatias periféricas, causadas pela perda de mielina devido a lesões na coluna vertebral.

Jonah Chan, professor auxiliar de citologia e neurobiologia, disse que a mielina é vital para a saúde e o funcionamento do sistema nervoso e sua dissolução é importante em muitas enfermidades. A mielina envolve as conexões entre os neurônios e ajuda a propagar os sinais elétricos do cérebro aos diversos órgãos do corpo.

As enfermidades ou lesões que afetam a mielina, como a esclerose múltipla, podem provocar paralisia progressiva, movimentos sem coordenação e dores neurológicas. A esclerose múltipla é mais comum nas mulheres que entre os homens e seus sintomas geralmente aparecem entre os 20 e os 45 anos. A doença é mais freqüente em lugares mais frios, como o norte da Europa, que nas regiões tropicais e subtropicais.

Tanto na Europa como nos Estados Unidos, a esclerose múltipla é a causa mais comum de incapacidade neurológica em adultos e jovens e afeta uma em cada 800 pessoas.

O informe da equipe liderada por Chan assinalou que seu descobrimento esclarece os mecanismos que controlam a formação da mielina durante o desenvolvimento dos nervos. Segundo o neurologista, a proteína identificada como "Par-3" é a base da "mielinização" e está localizada num setor das células encarregadas a criação da mielina, conhecidas como "células de Schwann", para atuar como centro de controle onde se juntam as proteínas chaves do processo.

Os cientistas estabeleceram que quando se altera o funcionamento desse centro de controle, as células não criam a mielina de maneira normal. O mais importante é que o descobrimento demonstra que as células de Schwann precisam estar polarizadas para criar a capa protetora nas conexões entre os neurônios.

- Esperamos que este estudo nos permita algum dia ordenar as células que formam a mielina para conseguirmos a "remielinização" depois de uma lesão ou enfermidade - disse Chan.

O estudo foi patrocinado pela Sociedade Nacional Contra a Esclerose Múltipla.

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