Genebra (EFE) Dois cientistas suíços aposentados desenvolveram um exame de sangue que revela a presença ou não de um tumor cancerígeno no paciente, o que permite o tratamento precoce da doença. Os cientistas Maurice Stroun e Philippe Anker, ex-pesquisadores da Universidade de Genebra, divulgaram o desenvolvimento desse teste sangüíneo que se baseia em seus trabalhos sobre os ácidos nucleicos circulantes, segundo a edição de ontem do jornal Le Temps.
Esses ácidos, que são conhecidos como desoxirribonucleico (DNA) e ribonucleico (RNA), desempenham juntos um papel fundamental, já que contêm, armazenam e traduzem a informação genética de cada indivíduo. "Os ácidos nucléicos circulantes são como a verdadeira assinatura de um tumor no plasma sangüíneo", explicaram os pesquisadores, segundo os quais "o paciente deve se submeter a uma simples análise de sangue pela qual se revela se ele tem ou não um tumor".
Esse sistema de diagnóstico precoce do câncer permite que os tumores sejam tratados antes que sejam visíveis através de outros procedimentos científicos, como biópsia ou tomografia. Tal análise "também permite detectar se há eventuais metástases", declarou Stroun, acrescentando que, através desse teste, "podem ser detectados quase todos os tipos de câncer, já que descobrimos que há ácidos nucléicos circulantes em 90% dos tumores".
A análise, chamada de "OncoXL", detecta a telomerase, uma enzima produzida de forma anormalmente elevada quando há um tumor. Stroun e Anker começaram a pesquisa na década de 70.
Segundo os pesquisadores, entre 80% e 95% dos cânceres poderiam ser detectados através desse método, que agora está protegido com uma patente para a qual contaram com o apoio do laboratório Eclosion.
O diretor adjunto dessa empresa, Benoit Dubuis, disse ao Le Temps que busca uma associação com outra empresa farmacêutica para a industrialização e distribuição do "OncoXL". O produto pode ser comercializado em dois ou três anos.
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