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Pesquisa com ratos ajuda a entender a esquizofrenia

Washington – Uma equipe de pesquisadores alterou geneticamente ratos de laboratório que desenvolveram esquizofrenia para que os cientistas estudem melhor esse mal que afeta quase 1% dos humanos, segundo um artigo publicado ontem.

Akira Sawa e seus colaboradores na Escola de Medicina da Universidade John Hopkins, em Baltimore (Maryland), aproveitaram a descoberta feita há poucos anos que um gene, chamado de DISC1, aumenta substancialmente o risco do transtorno mental sofrido por mais de 2 milhões de pessoas nos Estados Unidos.

Ao contrário dos estudos feitos anteriormente com animais, e que usaram drogas para simular as manifestações da esquizofrenia, como as alucinações, mudanças de estado de ânimo e paranóia, estes ratos tiveram uma mudança genética relevante para o transtorno.

O artigo publicado pela revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", explica que os pesquisadores geraram ratos que fabricam uma forma incompleta e curta da proteína DISC1, além disso, do tipo regular. A forma abreviada da proteína adere à completa, e modifica seu funcionamento normal. Quando esses ratos amadureceram se mostraram mais agitados que os ratos normais postos em um terreno aberto, tiveram problemas para encontrar comidas escondidas, e não nadaram tanto tempo como os ratos comuns. Tais condutas refletem a hiperatividade, os defeitos do olfato e a apatia que se observam nos pacientes humanos com esquizofrenia.

Londres – Cientistas encontraram o primeiro gene que parece aumentar a probabilidade de uma pessoa ser canhota, de acordo com resultados apresentados ontem por uma equipe da Universidade de Oxford. De acordo com a pesquisa, o gene também é chave no controle de partes do cérebro que regem a fala e a emoção humana e poderia aumentar ligeiramente a probabilidade de doenças psicóticas, como a esquizofrenia.

Segundo estudo publicado na revista norte-americana "Molecular Psychiatry", nas pessoas destras, a parte esquerda do cérebro normalmente controla funções como a velocidade e a linguagem, enquanto a parte direita se encarrega das emoções. Entretanto, no caso das pessoas canhotas, parece ocorrer o contrário. A troca, dizem especialistas, pode se dever ao gene LRRTM1, que desempenha um papel importante no controle de partes do cérebro que comandam certas funções específicas como a fala e as emoções.

O chefe da pesquisa britânica, Clyde Francks, destacou que as descobertas devem ajudar a "compreender o desenvolvimento da assimetria no cérebro".

"A assimetria é uma característica fundamental no cérebro humano que pode gerar muitas condições psiquiátricas", acrescentou.

Entretanto, Francks disse que os canhotos não devem entrar em pânico por causa da descoberta de ligação entre o fato de ser canhoto e a esquizofrenia.

"Há muitos fatores que fazem com que indivíduos sejam mais propensos a desenvolver esquizofrenia, e a grande maioria dos canhotos nunca vai desenvolver esse problema. Nós ainda não sabemos precisamente o papel desse gene", diz.

Algumas evidências sugerem que há grandes diferenças entre canhotos e destros. Uma pesquisa feita na Austrália no fim do ano passado indicou que pessoas canhotas pensam mais rápido quando estão praticando certas atividades, como esportes ou jogando no computador.

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